domingo, 6 de junho de 2010

Chico Xavier

Francisco Cândido Xavier (Pedro Leopoldo, 2 de abril de 1910 — Uberaba, 30 de junho de 2002), nascido como Francisco de Paula Cândido[1] e mais conhecido popularmente por Chico Xavier, notabilizou-se como médium e célebre divulgador do Espiritismo no Brasil.

Nascimento
Nascido em Pedro Leopoldo, região metropolitana de Belo Horizonte, era filho de Maria João de Deus e João Cândido Xavier.
Educado na fé católica, Chico teve seu primeiro contato com a Doutrina Espírita em 1927, após fenômeno obsessivo verificado com uma de suas irmãs.
Passa então a estudar e a desenvolver sua mediunidade que, como relata em nota no livro Parnaso de Além-Túmulo, somente ganhou maior clareza em finais de 1931.

O seu nome de batismo Franciso de Paula Cândido foi dado em homenagem ao santo do dia de seu nascimento, substituido pelo nome paterno de Francisco Cândido Xavier logo que rompeu com o catolicismo e escreveu seus primeiros livros e mudado oficialmente em abril 1966, quando da segunda viagem de Chico aos Estados Unidos.

Infância
Segundo biógrafos, a mediunidade de Chico teria se manifestado pela primeira vez aos quatro anos de idade, quando ele respondeu ao pai sobre ciências, durante conversa com uma senhora sobre gravidez.
Ele dizia ver (clarividência) e ouvir (clariaudiência) os espíritos e conversava com eles.
Aos 5 anos conversava com a mãe, já desencarnada.
Na casa da madrinha, foi muito maltratado, chegando a levar garfadas na barriga.
Aos sete anos de idade, saiu da casa da madrinha para voltar a morar com o pai, já casado outra vez.
Ele, para ajudar nas despesas da casa trabalhava e estudava em escola pública.
Por conseqüência, dormia apenas sete horas por dia.


Psicografias
Alegoria que representa, segundo a ótica espírita, o médium Chico Xavier psicografando uma mensagem do Espírito de Emmanuel, (por André Koehnne).
Chico Xavier psicografou quatrocentos e doze livros.
Nunca admitiu ser o autor de nenhuma dessas obras.
Reproduzia apenas o que os espíritos lhe ditavam.
Por esse motivo, não aceitava o dinheiro arrecadado com a venda de seus livros.
Vendeu mais de 20 milhões de exemplares.
Cedeu os direitos autorais para organizações espíritas e instituições de caridade, desde o primeiro livro.

Suas obras são publicadas pelo Centro Espírita União, Casa Editora O Clarim, Edicel, Federação Espírita Brasileira, Federação Espírita do Estado de São Paulo, Federação Espírita do Rio Grande do Sul, Fundação Marieta Gaio, Grupo Espírita Emmanuel s/c Editora, Comunhão Espírita Cristã, Instituto de Difusão Espírita, Instituto de Divulgação Espírita André Luiz, Livraria Allan Kardec Editora, Editora Pensamento e União Espírita Mineira.

Seu primeiro livro, Parnaso de Além-Túmulo, com 256 poemas atribuídos a poetas mortos, entre eles os portugueses João de Deus, Antero de Quental e Guerra Junqueiro, e os brasileiros Olavo Bilac, Cruz e Sousa e Augusto dos Anjos, foi publicado pela primeira vez em 1932.
O livro causou muita polêmica nos círculos literários da época.
O de maior tiragem foi Nosso Lar, com cerca de milhão e trezentas mil cópias vendidas, atribuído ao espírito André Luiz, primeiro volume da coleção de 17 obras, todas psicografadas por Chico Xavier, algumas delas em parceria com o médico mineiro Waldo Vieira.

Uma de suas psicografias mais famosas, e que teve repercussão mundial, foi a do caso de Goiânia em que José Divino Nunes, acusado de matar o melhor amigo, Maurício Henriques, foi inocentado pelo juiz que aceitou como prova válida (entre outras que também foram apresentadas pela defesa) um depoimento da própria vítima, já falecida, através de texto psicografado por Chico Xavier.
O caso aconteceu em outubro de 1979, na cidade de Goiânia, Goiás.
Assim, o presumido espírito de "Maurício" teria inocentado o amigo dizendo que tudo não teria passado de um acidente.


Obras assistenciais
Chico é lembrado principalmente por suas obras assistenciais em Uberaba, cidade onde faleceu em Junho de 2002.
Nos anos 1970 passou a ajudar pessoas pobres com o dinheiro da vendagem de seus livros, tendo para tanto criado uma fundação.

Movimento espírita
O mais conhecido dos espíritas brasileiros contribuiu para expandir o movimento espírita brasileiro e encorajar os espíritas a revelarem sua adesão à doutrina sistematizada por Allan Kardec.
Sua credibilidade serviu de incentivo para que médiuns espíritas e não-espíritas realizassem trabalhos espirituais abertos ao público.

Divulgação no exterior
Em 22 de maio de 1965[12] Chico Xavier e Waldo Vieira viajaram para Washington, Estados Unidos, a fim de divulgar o espiritismo no exterior.
Com a ajuda de Salim Salomão Haddad, presidente do centro Christian Spirit Center, e sua mulher Phillis estudaram inglês e lançaram o livro Ideal Espírita, com o nome de The World of The Spirits.

Falecimento
Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim.
Chico Xavier desencarnou (faleceu) aos 92 anos de idade em decorrência de parada cardíaca.
Conforme relatos de amigos e parentes próximos, Chico teria pedido a Deus para morrer em um dia em que os brasileiros estariam muito felizes, e que o país estaria em festa, por isso ninguém ficaria triste com seu passamento.
O país festejava a conquista da Copa do Mundo de futebol de 2002 no dia de seu falecimento.
Chico foi eleito o mineiro do século XX, seguido por Santos Dumont e Juscelino Kubitschek.
Recentemente, iniciou-se a construção de um centro em sua homenagem.


Principais obras psicografadas

1932 Parnaso de Além-Túmulo Vários autores FEB
1937 Crônicas de Além-Túmulo Humberto de Campos FEB
1938 Emmanuel Emmanuel FEB
1938 Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho Humberto de Campos FEB
1938 A Caminho da Luz Emmanuel FEB
1939 Há Dois Mil Anos Emmanuel FEB
1940 Cinqüenta Anos Depois Emmanuel FEB
1941 O Consolador Emmanuel FEB [18]
1942 Paulo e Estevão Emmanuel FEB
1942 Renúncia Emmanuel FEB
1944 Nosso Lar André Luiz FEB
1944 Os Mensageiros André Luiz FEB
1945 Missionários da Luz André Luiz FEB
1945 Lázaro Redivivo Irmão X FEB
1946 Obreiros da Vida Eterna André Luiz FEB
1947 Volta Bocage Bocage FEB
1948 No Mundo Maior André Luiz FEB
1948 Agenda Cristã André Luiz FEB
1949 Voltei Irmão Jacob FEB
1949 Caminho, Verdade e Vida Emmanuel FEB
1949 Libertação André Luiz FEB
1950 Jesus no Lar Neio Lúcio FEB
1950 Pão Nosso Emmanuel FEB
1952 Vinha de Luz Emmanuel FEB
1952 Roteiro Emmanuel FEB
1953 Ave, Cristo! Emmanuel FEB
1954 Entre a Terra e o Céu André Luiz FEB
1955 Nos Domínios da Mediunidade André Luiz FEB
1956 Fonte Viva Emmanuel FEB
1957 Ação e Reação André Luiz FEB
1958 Pensamento e Vida Emmanuel FEB
1959 Evolução em Dois Mundos André Luiz FEB
1960 Mecanismos da Mediunidade André Luiz FEB
1960 Religião dos Espíritos Emmanuel FEB
1961 O Espírito da Verdade diversos espíritos FEB
1963 Sexo e Destino André Luiz FEB
1968 E a Vida Continua… André Luiz FEB
1970 Vida e Sexo Emmanuel FEB
1971 Sinal Verde André Luiz Comunhão Espírita
Cristã (CEC)
1977 Companheiro Emmanuel Instituto de Difusão
Espírita (IDE)
1985 Retratos da Vida Cornélio Pires IDE/CEC
1986 Mediunidade e Sintonia Emmanuel CEU
1991 Queda e Ascensão da Casa dos Benefícios Bezerra de Menezes GER
1999 Escada de Luz diversos espíritos CEU


DESENCARNE DE CHICO XAVIER

No dia 30 de Junho de 2002, nosso querido Chico Xavier retornava ao Plano Espiritual.
Relembrando esta data, trago para vocês uma breve descrição do que ocorreu do outro lado da vida’ (paralelamente ao velório no plano físico): uma merecida recepção a esse maravilhoso médium, que tanto fez pela Doutrina Espírita e por todos nós... Que todos nós possamos aproveitar para refletir...
(Esta descrição foi realizada pelo Espírito Inácio Ferreira, e está presente no livro Na Próxima Dimensão, psicografado pelo médium Carlos Alberto Baccelli
.)

(...) No Mundo Espiritual, nosso irmão Lilito Chaves veio ao nosso encontro e anunciou o que, desde algum tem­po, aguardávamos com expectativa:
a desencarnação do médium Francisco Cândido Xavier, o nosso estimado Chico.

O acontecimento nos impunha rápidas mudan­ças de planos, impro­visamos uma excursão à Crosta para saudar aquele que, após cumprir com êxito a sua missão, retornava à Pátria de origem.

Assim, sem maiores delongas, Odilon, Paulino e eu, juntando-nos a uma plêiade de companheiros uberabenses desencarnados, rumamos para Uberaba no começo da noite daquele domingo, dia 30 de junho.

A caminho, impressionava- nos o número de grupos espirituais, procedentes de localidades diversas, do Brasil e do Exterior, que se movimentavam com a mesma finalidade.

Todos estávamos profundamente emocionados e, mais comovidos ficamos quando, esta­cionando nas vizinhanças do Grupo Espírita da Pre­ce, onde estava sendo realizado o velório, com o corpo exposto à visitação pública, observamos uma faixa de luz resplandecente, que, pairando sobre a humilde casa de trabalho do médium, a ligava às Esferas Superiores, às quais não tínhamos acesso.

Conversando conosco, Odilon observou:
Embora, evidentemente, já desligado do corpo, nosso Chico, em espírito, ainda não se ausentou da at­mosfera terrestre; os Benfeitores Espirituais que, duran­te 75 anos, com ele serviram à Causa do Evangelho, estarão, com certeza, à espera de ordens superiores para conduzi-lo a Região Mais Alta...

De nossa parte, permaneçamos em oração, buscando reter conosco as lições deste raro momento.

Aproximando- nos quanto possível, notamos a for­mação de duas filas imensas, constituídas de irmãos en­carnados e desencarnados, que reverenciavam o companheiro recém-liberto do jugo opressor da matéria:
eram espíritos, no corpo e fora dele, extremamente gratos a tudo que haviam recebido de suas mãos, a vida inteira dedicadas à Caridade, nas mais fiel vivência do amai­-vos uns aos outros.
Mães e pais que, por ele haviam sido consolados em suas dores; filhos e filhas que pude­ram reatar o diálogo com os genitores saudosos, escre­vendo-lhes comoventes páginas do Outro Lado da Vida; famílias desvalidas com as quais repartira o pão; doen­tes que confortara agonizantes em seus leitos; religiosos de todas as crenças que, respeitosos, lhe agradeciam o esforço sobre-humano em prol da fé na imortalidade da alma...

Não registramos nas imediações, é bom que se diga, um só espírito que ousasse se aproximar com intenções infelizes.
Os pensamentos de gratidão e as preces que lhe eram endereçadas, formavam um halo de luz protetor que tudo iluminava num raio de cinco quilômetros; po­rém essa luz amarelo-brilhante contrastava com a faixa de luz azulínea que se perdia entre as estrelas no firmamento.

A cena era grandiosa demais para ser descrita e desafiaria a inspiração do mais exímio gênio da pintura que tentasse retratá-la.
Uma música suave, cujos acor­des eu desconhecia, ecoava entre nós, sem que pudés­semos identificar de onde provinha, como se invisível coral de vozes infantis, volitando no espaço, tivesse sido treinado para aquela hora.

Espíritos mais simples que passavam rente comen­tavam:
Este é um dos últimos... Não sabemos quando a Terra será beneficiada novamente por um espírito de tal envergadura; Este, de fato, procurava viver o que pregava Quem nos valerá agora?;

Durante muitos anos, ele matou a fome da minha família...
Lembro-me de que, certa vez, desesperado, com a idéia de suicí­dio na cabeça, eu o procurei e a minha vida mudou;
Os seus livros me inspiraram a ser o que fui, livrando-me de uma existência medíocre;
Quando minha avó morreu, foi ele quem pagou seu enterro, pois, à época, éramos totalmente desprovidos de recursos;
Fundei minha casa espírita sob a orientação de Chico Xavier, que recebeu para mim uma mensagem de incentivo e de apoio;
Comigo, foi diferente: eu estava doente, de­senganado pela Medicina, ele me receitou um remédio de Homeopatia e fiquei bom...

Os caravaneiros não cessavam de chegar, todos portando flâmulas e faixas com dizeres luminosos; creio sinceramente que, em nosso Plano, jamais houve uma recepção semelhante a um espírito que tivesse deixado o corpo, após finda a sua tarefa no mundo; com exceção do Cristo e de um ou outro luminar da Espiritualidade, ninguém houvera feito jus ao aparato espiritual que se organizara em torno do desenlace de Chico Xavier.

Com dificuldade, logrando adentrar o recinto do Grupo Espírita da Prece, reparamos que uma comis­são de nobres espíritos, dispostos em semicírculo, todos trajando vestes luminescentes, permanecia, quanto nós mesmos, em expectativa.

Odilon sussurrou-me ao ouvi­do:
Inácio, estas são as entidades que trabalharam com ele na chamada Coleção de André Luiz; são os Mentores das obras que o nosso André reportou para o mundo, no desdobramento do Pentateuco Kardeciano:
Clarêncio, Aniceto, Calderaro, Áulus e tantos outros...

E aqueles que estão imediatamente atrás? inda­guei.
São alguns representantes da família do mé­dium e amigos fiéis de longa data.
E onde estão Emmanuel, nosso Dr. Bezerra de Menezes e Eurípedes Barsanulfo?
Porventura, ainda não chegaram?...
Devem estar respondeu cuidando da organi­zação...

Ao lado do seu corpo inerte, nosso Chico, segundo a visão que tive, me parecia uma criança ressonando, tranqüila, no colo de um anjo transfigurado em mulher, fazendo-me recordar, de imediato, a imagem de Pietà, a famosa escultura de Michelangelo.

Quem é ela? perguntei.
Trata-se de D. Cidália, a sua segunda mãe...
E D. Maria João de Deus?...
Ao que estou informado esclareceu Odilon , encontra-se reencarnada no seio da própria família.
E seu pai, o Sr. João Cândido?
Está em processo de reencarnação, seguindo os passos da primeira esposa.
Adiantando-se, nosso Lilito indagou:
Odilon, na sua opinião, por que o Chico está parecendo uma criança?
Ele necessita se refazer, pois o seu desgaste, como não ignoramos, foi muito grande, mormente nos últimos anos da vida física; nosso Chico carece de se desligar completamente. ..

Perderá, no entanto, a consciência de si?
É evidente que não.
O seu verdadeiro despertar acontecerá gradativamente, à medida em que se recupe­re da luta sem tréguas que travou...
Aliás, a Espiritualidade Superior, nos últimos três anos, vinha trabalhando para que a sua transição ocorresse sem traumas, tanto para a imensa família espírita, que o venera, quanto para ele próprio.

Inúmeras caravanas e representações continuavam chegando, formando extensas filas, que se postavam paralelas às filas organizadas pelos nossos irmãos encar­nados, a comparecerem ao velório para render a Chico Xavier merecidas homenagens.

Dezenas e dezenas de jovens formavam grupos especiais que vinham recebê-lo no limiar da Nova Vida, gratos por ter sido ele o seu instrumento de consolo aos familiares na Terra, quando se viram compelidos à desencarnação. ..
A tarefa de Chico Xavier explicou Odilon, emocionado não tem fronteiras; raras vezes, a Espiritualidade conseguiu tamanho êxito no campo do intercâmbio mediúnico...

No entanto a força que o sus­tentava nas dificuldades vinha de Cima, pois, caso con­trário, teria sucumbido às pressões daqueles que, encar­nados e desencarnados, se opõem ao Evangelho.

Chico, por assim dizer, ocultou-se espiritualmente em um cor­po franzino e deu início ao seu trabalho, sem que praticamente ninguém lhe desse crédito; quando as trevas o perceberam, já havia atravessado a faixa dos vinte de idade e em franco labor, tendo pronto o Parnaso de Além-Túmulo, a obra inicial de sua profícua e excelen­te atividade psicográfica. ..

Estávamos todos profundamente emocionados.
A multidão, dos Dois Lados da Vida, não parava de cres­cer e, assim como no Plano Físico os policiais cuida­vam da organização, na Dimensão Espiritual em que nos situávamos, Entidades diversas haviam sido encar­regadas de disciplinar a intensa movimentação, sem que nenhum de nós se sentisse encorajado a reclamar qual­quer privilégio com o propósito de uma maior aproxi­mação.
Quase todos nos conservávamos em atitude de profundo silêncio e de reverência.

Os grupos de espíritos que haviam, ao longo de seus 75 anos de labor, trabalhado com o médium, com exceção, evidentemente, daqueles que já haviam reencarnado, se faziam representar pelos seus maiores expoentes no campo da Poesia e da Literatura.

Próxi­mas a Cidália, em cujos braços Chico Xavier descansava, à espera de que o cortejo fúnebre partisse conduzin­do os seus restos mortais, notei a presença de algumas entidades femininas que eu não soube identificar.

Quem são? perguntei a Odilon, que era um dos poucos dentre nós com plena liberdade de movi­mentar-se.
Aquelas quatro primeiras, são as nossas irmãs Meimei, Maria Dolores, Scheilla e Auta de Souza; as demais são corações maternos agradecidos que, em uma ou outra oportunidade, se expressaram pela mediunidade psicográfica do nosso Chico.
Quem estará na coordenação do evento? in­sisti, ansioso por maiores esclarecimentos.
O Dr. Bezerra de Menezes e Emmanuel, asses­sorados diretamente por José Xavier respondeu.

José Xavier?...
Sim, o irmão do médium, que está conduzindo um grupo de espíritos amigos de Pedro Leopoldo e re­gião; quando Chico se transferiu para a cidade de Uberaba, em 1959, os seus vínculos afetivos com a sua terra natal não se desfizeram; os espíritas que constituí­ram o Centro Espírita Luiz Gonzaga sempre se senti­ram membros de uma única família.

E aquele casal mais próximo que, de quando a quando, dialoga com Cidália?
José Hermínio e D. Carmem Perácio; foram eles que iniciaram Chíco Xavier no conhecimento da Doutrina Espírita, doando-lhe exemplares de O Livro dos Espíritos e de O Evangelho Segundo o Espiritis­mo. ..

Pude perceber, com clareza, que os filamentos perispirituais que uniam o espírito recém-desencarnado ao corpo enrijecido, se enfraqueciam gradualmente; sem dúvida, o médium, assim que se lhe cerraram os olhos físicos, desprendeu-se da forma material, no entanto, devido à necessidade de permanecer durante 48 horas exposto à visitação pública, conforme era seu desejo, exigia que o corpo, de certa forma, continuasse a rece­ber suplementos de princípio vital, evitando-se os cons­trangimentos da cadaverização.
Embora aconchegado aos braços daquela que havia sido na Terra a sua segun­da mãe e grande benfeitora, o espírito Chico guardava relativa consciência de tudo...

As expectativas de quase todos, porém, se concen­travam sobre aquela faixa de luz azulínea, a qual, à medida que se abeirava a hora do sepultamento, se in­tensificava; tínhamos a impressão de que aquele cami­nho iluminado era a passagem para uma Dimensão Des­conhecida, para a qual, com certeza, Chico Xavier ha­veria de ser conduzido.

Dentro de poucos instantes, o silêncio se fez natu­ralmente maior e um venerável senhor, ladeado por Ir­mão José e Herculano Pires, este um dos vultos mais importantes da Doutrina nos últimos tempos, assomou discreta tribuna e começou a falar.

Quem é? Perguntei, à meia-voz...
Léon Denis respondeu-me Odilon com um sussurro.
Meus irmãos disse o inesquecível discípulo de Allan Kardec eis que aqui nos encontramos reuni­dos, para receber de volta ao nosso convívio, aquele que, uma vez mais, cumpriu exemplarmente a missão que lhe foi confiada pelo Senhor de nossas vidas.

Eleve­mos ao Infinito os nossos pensamentos de gratidão e de reconhecimento, porquanto sabemos das dificuldades que o espírito que moureja na carne enfrenta para des­bravar caminhos à Verdade; o nosso amigo e mestre que, após longa e desgastante peleja, agora retorna à Pátria Espiritual, se constituiu num verdadeiro exemplo, não somente para os nossos irmãos encarnados, mas igualmente para os que necessitamos renascer no orbe e, por vezes, nos sentimos desencorajados. .. (...) Um ciclo se encerra, mas outro deve come­çar (...)

Passados alguns instantes da alocução proferida por Léon Denis, perfumada aragem começou a soprar, balsamizando o ambiente.
De onde será que provinha aquele suave perfume que, aos poucos, se intensificava, impregnando- nos o corpo espiritual?

Tínhamos a im­pressão de que, caindo de Esferas Resplandecentes, aque­le orvalho celeste, constituído de diminutos flocos lumi­nosos, antecedia o momento em que o espírito Chico Xavier seria conduzido à ignota região da Vida Sem Fim.

Quando o fenômeno a que tento me referir se fez mais evidente, algumas explosões começaram a ocorrer na extensa faixa de luz azulínea que, agora, ia mudando de tonalidade, como se um arco-íris se estivesse materi­alizando diante dos nossos olhos.

Gradativamente, cin­co entidades foram se fazendo visíveis para nós, tangibilizando- se no pequeno espaço que me parecia reproduzir produzir a abençoada estrebaria em Belém...

Os cinco espíritos, que não posso lhes dizer que tenham assumi­do forma propriamente humana, foram sendo identifi­cados por nós: eram Bezerra de Menezes, Emmanuel, Eurípedes Barsanulfo, Veneranda e Celina, a excelsa mensageira de Maria de Nazaré.
Diante da estupenda visão, todos sentimos ímpe­tos de nos ajoelharmos; muitos, efetivamente, se ajoe­lharam, com os olhos banhados de lágrimas.

Bezerra de Menezes, Emmanuel e Eurípedes Barsanulfo estavam, por assim dizer, mais humanizados, no entanto Veneranda e, especialmente, Celina, nos pareciam dois anjos alados, falenas divinas que se tivessem metamorfoseado apenas para que pudéssemos vê-las...
Eu tinha a impressão de estar participando de um sonho que transcendesse a mais fértil imaginação.

Adiantando-se aos demais companheiros, Veneranda, que o tempo todo pairava no ar, começou a orar com sentimento que a palavra não consegue tradu­zir:
Senhor da Vida exorou, sensibilizando- nos pro­fundamente aqui estamos para receber, de volta ao nosso convívio, um dos Vossos servidores mais fiéis que, após quase um século de lutas acerbas pela causa do Vosso Evangelho na Terra, regressa ao Grande Lar, com a consciência do dever cumprido.

Que as Vossas bên­çãos envolvam o espírito naturalmente exaurido, resti­tuindo- lhe as energias que se consumiram de todo por amor do Vosso Nome entre os homens, nossos irmãos!
Que do seu extraordinário esforço não se perca, Mestre, uma única gota de suor, das que se misturaram às lágri­mas anônimas vertidas por ele no testemunho da Fé.
Que o trabalho de sua profícua existência no corpo físi­co continue a ser prodigiosa sementeira para as gera­ções do porvir, apontando o Caminho para quantos an­seiam por seguir os Vossos passos...

Senhor, os que tão-somente agora, depois de séculos e século de sombras, nos convencemos da Vossa magnanimidade, vos agra­decemos por não terdes consentido que o nosso irmão sucumbisse diante das provas e, em nada, se afastasse da trajetória que lhe traçaste no mundo sabemos que, nos momentos mais difíceis, sem que nós mesmos pu­déssemos perceber, a Vossa mão o sustentava para que não tombasse sob o peso da cruz que lhe pusestes aos ombros... Nós vos louvamos por terdes realizado nele a obra consagrada do Vosso amor, que, um dia, redimirá a Humanidade inteira.

E que, agora, ainda unidos ao espí­rito companheiro que soube transformar- se em exemplo de renúncia e de sacrifício, de desprendimento e de ab­negação, possamos dar seqüência à tarefa que iniciastes há dois mil anos, da edificação do Reino de Deus sobre a face da Terra!...

Que a claridade sublime das Altas Esferas não nos faça ignorar os vales de sombras dos quais procedemos e nos quais acendestes, para sempre, a Vossa Luz...
Que não nos seja lícito o descanso, en­quanto o orbe planetário, onde tantas vezes expiamos as nossas faltas, se transfig ure em estrela de real grandeza, a fulgir na glória dos mundos redimidos.
Abençoai, Se­nhor, os nossos propósitos que são os Vossos e que, hoje e sempre, possamos exaltar-Vos o Nome através de nossas vidas!...

Terminando de orar, Veneranda e Celina se aproxi­maram de Cidália, que continuava a aconchegar em seu materno coração o espírito que foi nosso Chico, o qual, de quando a quando, estampava cândido sorriso, como se fosse uma criança participando de um sonho bom do qual jamais ousasse acordar.

O silêncio reinante era de tal ordem, que, aos nos­sos ouvidos, a voz inarticulada da Natureza nos parecia uma sinfonia; de minha parte, confesso-lhes que eu nunca tinha ouvido a música dos astros e nem podia imaginar que o próprio silêncio tivesse voz.

A faixa de luz azulínea que se transformara num arco-íris ainda se mostrava mais viva, e todos permane­cíamos na expectativa do que não sabíamos pudesse acontecer.
Direcionando os sentidos, quis ver, naquela hora, como os preparativos para o féretro estavam desenvol­vendo- se no Plano Físico e, justamente, quando começou a ser entoada a canção Nossa Senhora e os nos­sos irmãos começaram a movimentar-se, dando início ao cortejo, uma Luz(Jesus) indescritível, descendo por aquele leque iluminado que ligava a Terra ao Infinito a faixa de luz que ali se instalara logo após ter sido armado o velório no Grupo Espírita da Prece, uma Luz que,para mim, era muito superior à luz do próprio Sol e que me acionava a memória para a lembrança da visão que Paulo teve do Cristo, às portas de Damasco, repetiu com indefinível ternura:

Vinde a mim, todos os que andais em sofri­mento e vos achais carregados, e eu vos aliviarei.
Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou man­so e humilde de coração, e achareis descanso para as vossas almas.
Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.

Aquela Extraordinária Visão, que sequer povoava os meus sonhos mais remotos de espírito devedor, es­tendeu dois braços humanos reluzentes e, quando notei que o Chico em espírito se transferia dos braços de Cidália para aqueles Braços que o atraíam, digo-lhes que, desde quando fui beneficiado com o laurel da ra­zão, não tenho recordação de jamais ter chorado tan­to...

Aquela Luz, que se humanizava parcialmente para que pudéssemos vê-la, estreitou Chico Xavier ao peito e depositou-lhe um ósculo santo na fronte e, em seguida, partiu, levando-o consigo, despedindo-se com inesquecível sorriso dos que continuavam presos ao abismo, sentenciados pelo tribunal da consciência culpada.

Foi Odilon que, depois de muito tempo, conseguiu falar, comentando conosco:
Eu sempre que lia as páginas do Velho Testamento, ficava intrigado e colocava em questão a narrati­va de que o profeta Elias fora conduzido ao céu por um carro de fogo... Agora sei que não se tratava de força de expressão ou algo semelhante.

Um grande vazio se fez após e, gradativamente, a faixa de luz foi se recolhendo de baixo para cima, à medida em que o cortejo celestial se retirava.
A praça em que nos havíamos reunido já se encon­trava praticamente vazia; diversos grupos, procedentes de várias regiões da Espiritualidade, haviam partido e, agora, os curiosos e desocupados de além-túmulo se aproximavam, como que para vasculhar os espólios do concorrido velório...

Contrastando com a luz do corpo espiritual de eminentes entidades, esses outros nossos irmãos se mostravam opacos em seu novo veículo de expressão, dando-me a impressão de que, embora desencarnados, ainda não tinham logrado completa emancipação; muitos caminhavam sem qualquer desenvoltu­ra, qual se fossem doentes com dificuldade para mudar o passo...

Identificando- nos na condição de adeptos do Espi­ritismo e amigos de Chico Xavier, começamos a ser abordados por aquelas entidades infelizes que, aos meus olhos, se assemelhavam a sobreviventes onde houvesse sido travada intensa batalha.
A grande maioria exibia as vestes em farrapos e, além da obscuridade espiritual à qual já me referi, deixavam exalar de si quase insuportá­vel odor...

Por favor, auxiliem-nos! disse-nos um deles, adiantando-se aos demais.
Estamos convencidos de que, realmente, o mal não compensa...
O que vimos acontecer hoje, aqui...
Olhando-me, significativamente, Odilon comentou:
Quantas bênçãos a vida e a suposta morte de um verdadeiro homem de bem pode espalhar!
Quantos não estarão sendo motivados à renovação íntima, ante o episódio da desencarnação do nosso Chico! ...

Ee que, no corpo, descerrou caminhos para tanta gente, ao dei­xar a vestimenta física, prossegue orientando com os seus exemplos os que se
desnortearam além da morte.
Faz-me recordar o que disse Jesus, no capítulo 12, versículo 24, das anotações de João: Se o grão de tri­go, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, produz muito fruto...




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RESPOSTASDECHICOXAVIER.doc

Francisco.C.Xavier.-.Sinal.Verde.pdf

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VolteiChicoXavier.pdf

Francisco.C.Xavier.-.Vinha.da.Luz.III.pdf

Francisco.C.Xavier.-.200.Mensagens.de.Chico.Xavier.pdf



VÍDEOS

Chico Xavier - Forma dos seres de outros Planetas



Chico Xavier - Alimentação Carnívora - Pinga-Fogo


ESPIRITISMO - CHICO XAVIER VIRA FILME DE CINEMA


Pedro Leopoldo (MG) de Chico Xavier.


Chico Xavier, NASA estuda a aura de Chico


O Corpo Espiritual, Fotografias Kirlian e as Doenças


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