segunda-feira, 7 de junho de 2010

Mestre Confúcio



Mestre Confúcio

Seu Nascimento e Juventude
Confúcio, também conhecido como K'ung Ch'iu (Mestre Kong), nasceu em meados do século VI (551 a.C.), em Tsou, uma pequena cidade no estado de Lu, hoje Shantung.
Este estado é denominado de "terra santa" pelos chineses.
Confúcio estava longe de se originar de uma família abastada, embora seja dito que ele tinha descendência aristocrática.
Seu pai, Shu-Liang Hê, antes magistrado e guerreiro de certa fama, tinha setenta anos quando se casou com a mãe de Confúcio, uma jovem de quinze anos chamada Yen Chêng Tsai, que diziam ser descendente de Po Ch'in, o filho mais velho do Duque de Chou, cujo sobrenome era Chi.
Dos onze filhos, Confúcio era o mais novo. Seu pai morreu quando ele tinha três anos de idade, o obrigando a trabalhar desde muito novo para ajudar no sustento da família.
Aos quinze anos, resolveu dedicar suas energias à busca do aprendizado.
Em vários estágios de sua vida empregou suas habilidades como pastor, vaqueiro, funcionário e guarda-livros.
Aos dezenove anos se casou com uma jovem chamada Chi-Kuan.
Apesar de se divorciar alguns anos depois, Confúcio gerou um filho, K'ung Li, que nasceu um ano após seu casamento, e uma filha.

Fundo Histórico da China
Confúcio viveu numa época em que a China se encontrava dividida em estados feudais que lutavam pela supremacia do poder.
Estas guerras eram seguidas de execuções em massa.
Soldados eram pagos para trazer as cabeças de seus inimigos.
Populações inteiras eram dizimadas através da decapitação de mulheres, crianças e velhos.
Estes números chegavam a 60.000, 80.000, 82.000, e até 400.000.
A longa e complexa história política do povo evolveram na desunião e diversidade, que estavam refletidos nas características sociais e culturais da Dinastia Chou.
A renascença social e moral advogada por Confúcio não tinha aprovação universal, principalmente nos círculos de poder, e seu ardente desejo era um posto governamental.
Foi então que na idade de trinta anos ele deixou Lu e viajou para o Estado de Ch'i em companhia do Duque Chao, que fugia por ser o perdedor de uma dura luta política.


Seus Anos de Serviço Público
Aos 51 anos de idade foi indicado como funcionário chefe da cidade de Chung Tu e, pelo seu desempenho chegou a ser promovido ao posto de Oficial dos Serviços Públicos, e depois, ao de Grande Oficial da Justiça em sua província.
Aos 55 anos partiu numa jornada de treze anos visitando os estados vizinhos e falando aos senhores feudais sobre suas idéias.
Foi recebido como um erudito, mas nenhum dos governantes pensou em colocar essas idéias em prática.
Confúcio acreditava que a implementação de seus pontos de vistas pelo governo estabeleceria a utopia do "estado como um bem público", e prepararia o caminho para paz entre os homens.
Regressou a sua terra natal quando tinha 68 anos, onde continuou se dedicando ao ensino de um grupo de discípulos.
A escola privada, fundada por Confúcio, cresceu a ponto de ter 3.000 alunos.


Destes, setenta e dois eram chamados de seus discípulos mais eruditos.
Ele tentou transformá-los em Jens, seres humanos perfeitos que praticassem o exercício do amor e da bondade.
Segundo seus preceitos, a sociedade humana deve ser regida por um movimento educativo, o qual parte de cima, e equivale ao amor paterno, e por outro de reverência, que parte de baixo, como a obediência de um filho.
O Confucionismo considera o homem bom e possuidor do livre arbítrio, sendo a virtude sua recompensa.
O único sacrilégio é desobedecer a regra da piedade.
Segundo a história, Confúcio morreu em 479 a.C., velho, desapontado, mal sucedido e murmurando:

"A grande montanha terá que desmoronar!
A forte viga terá que quebrar!
O homem sábio murcha como a planta!
Não existe ninguém no império que me queira como mestre!
Meu tempo de morrer chegou." (Anacletos, 56)

Seus discípulos o lamentaram por três anos, e um deles permaneceu junto à sua sepultura por seis anos em Ch'u Fü.
Hoje, o local tornou-se a Floresta K'ung.
Em sua visão de reforma, Confúcio advogava justiça para todos como o fundamento da vida em um mundo ideal, onde os princípios humanos, cortesia, piedade filial, e virtudes da benevolência, retidão, lealdade e a integridade de caráter deviam prevalecer.
Porém, deve-se atentar às perspectivas do povo chinês na época de Confúcio, e observar as influências que ele trouxe, as quais não se limitam a uma esfera ética.
Seus ensinos advogam que o homem é capaz de ser perfeito por ele próprio, pelo seu esforço de seguir o caminho dos seus antepassados.
Confúcio aludia que a natureza humana é boa.

Este ensino foi desenvolvido posteriormente por seus discípulos, e tornou-se uma crença cardeal do Confucionismo.
Confúcio, apesar de estar voltado para este mundo, acreditava no céu e na sua influência sobre a terra e sobre os homens.
Confúcio influenciou a China em dois grandes preceitos religiosos: o da veneração e adoração aos ancestrais, e do conceito de piedade filial.
O Confucionismo permaneceu como religião oficial da China desde sua unificação, no século II, até sua proclamação como República pelo Kuomintang em 1911.
Durante a Dinastia de Han do Imperador P'ing (202-221 a.C.), seus funcionários foram recrutados entre os confucionistas.
As primeiras críticas ao Confucionismo surgiram com a República.
Entre 1966 e 1976, durante a Grande Revolução Cultural Proletária, foi novamente atacado por contrariar os interesses comunistas.
Atualmente, apesar do comunismo banir todo tipo de religião, 25% da população chinesa afirma viver segundo a ética confucionista.
Fora da China, o Confucionismo possui cerca de 6.3 milhões de adeptos, principalmente no Japão, na Coréia do Sul e em Cingapura.
Princípios do Confucionismo:
podem ser resumidas em seis palavras-chaves:

1. Jen - humanitarismo, cortesia, bondade, benevolência.
É a norma da reciprocidade, ou seja, "não faça aos outros o que você não gostaria que lhe fizessem."
Esta é a virtude mais elevada do Confucionismo.
Segundo ensinam, se o homem colocá-la em prática, ele poderá viver em paz e em harmonia com as outras pessoas (Anacletos 15:24).

Porém, desde o princípio da humanidade, o gênero humano nunca foi por si próprio, ou pelo seu esforço, capaz de estabelecer esta paz ou harmonia.
O exemplo vemos na história antiga e contemporânea: Egito, Babilônia, Grécia, Roma, I & II Guerras Mundiais, Bósnia, Ruanda, Iraque, e a lista não teria fim.
2. Chun-tzu - homem superior, virilidade.
Segundo Confúcio, o homem para ser perfeito deve ter humildade, magnanimidade, sinceridade, diligência e amabilidade.
Somente assim, ele poderá transformar a sociedade em um estado de paz.

3. Cheng-ming - Retificação dos nomes.
Este conceito ensina que para uma sociedade estar em ordem, cada cidadão deveria ter um título designativo ou um papel, e afirmar-se neste papel no esquema da vida.
O rei, atuando como rei, o pai como pai, o filho como filho, o servo como servo. (Anacletos, 12:11; 13:3)

4. Te - poder, autoridade.
Confúcio ensinava que a virtude do poder, e não a força física, era necessária para dirigir qualquer sociedade.
Todo governante, segundo ele, deveria ter esta autoridade para inspirar seus súditos à obediência.
Este conceito perdeu-se durante o tempo de Confúcio, dado à predominância das guerras e sobrepujança das dinastias entre si.
5. Li - padrão de conduta exemplar, propriedade, reverência.
Este conceito é tratado no Livro das Cerimônias (Li Ching), um dos Cinco Clássicos.
Segundo Confúcio, cada governante deveria ser benevolente, proporcionar um bom padrão de vida para o povo e promover a educação moral e os ritos.
Sem esta conduta, o homem não saberia oferecer a adoração correta aos espíritos do universo, não saberia estabelecer a diferença entre o rei e o súdito, não saberia a relação moral entre os sexos, e não saberia distinguir os diferentes graus de relacionamento na família (Li Ching, 27).

Como exemplo perfeito de benevolência, ele exaltava o legendário Imperador Yao e seu sucessor, o Imperador Shun, os quais foram renomeados e constituiram, como diziam, "uma idade de ouro da antiguidade".
6. Wen - artes nobres, que inclui: música, poesia e a arte em geral.
Confúcio tinha uma grande estima pela arte vinda do período da Dinastia Chou, e considerava a música como a chave da harmonia universal.
Ele cria que toda expressão artística era símbolo da virtude e que deveria ser manifesta na sociedade.
"Aqueles que rejeitam a arte, rejeitam as virtudes do homem e do céu" (Anacletos, 17:11, 3:3).
Para Confúcio, a música era um reflexo do homem superior e espelhava seu caráter verdadeiro.
Segundo a doutrina de Confúcio, o ser humano é composto por quatro dimensões:
O eu
A comunidade
A natureza
O céu (fonte da auto-realização definitiva)

As cinco virtudes essenciais do homem são:
O amor ao próximo
A justiça
O cumprimento das regras adequadas de conduta
A autoconsciência da vontade do "Céu"
A sabedoria e sinceridade desinteressadas


Confúcio e o Estado Ideal
Confúcio, nome romanizado para Kung futsé, é talvez o sábio mais influente de todos os tempos.
Apesar de ter vivido entre os séculos IV e V a.C., o grande pensador chinês sempre exerceu enorme presença junto ao seu povo.
Pregador moralista, tratadista e legislador, legou ao povo dos Han um conjunto de normas e elevados valores morais expressos em frases curtas, de fácil entendimento, educando assim, ao longo dos últimos 2.500 anos, milhões de chineses nos princípios da retidão, parcimônia e busca da harmonia.

Um sábio retirado
Confúcio, que nascera no Estado de Lu, na atual província de Xantung, no litoral do Mar Amarelo, provavelmente no ano 551 a.C., era de descendência nobre, dos duques de Song e da casa real dos Yin.
Nascera, todavia, com poucos recursos, quase na pobreza, o que não foi impedimento para que ele se dedicasse desde a adolescência ao estudo.
Intrigas na casa ducal do Estado de Lu fizeram com que ele, abandonando a terra natal, se tornasse num sábio itinerante.
Vagou por alguns anos, acompanhado por um punhado de discípulos, de corte em corte atrás de um governante que se dedicasse à construção de um Estado Ideal.
Voltando ao velho lar depois de infrutífera mas proveitosa peregrinação, local onde faleceu em 479 a.C., resignou-se a tornar-se um mestre da sabedoria.
Sua fama espalhou-se e, em pouco tempo, o Templo de Confúcio , na cidade de Qufu, tornou-se lugar de veneração, acorrendo para lá, pelos séculos a fio, gente de todos os cantos da China.
Como Sócrates depois dele, o grande mestre não escreveu nada, deixando, entretanto, suas lições, máximas e sentenças, serem registradas por seus discípulos, especialmente por Mêncio, que as sintetizou em vários livros de ensinamentos.
Entre eles, no Os Analectos, encontram-se, aqui e ali, suas observações sobre o tão almejado Estado Ideal, sonho de Platão e de tantos outros filósofos ocidentais.

O Príncipe, Estrela Polar
O Grande Mestre era um nostálgico do passado da China, um confesso admirador das primeiras dinastias desaparecidas, como a do duque de Zhou (cuja dinastia governou entre 1027 e 771 a.C.), a qual ele entendia como modelo de perfeição teórica a ser seguida.
"Eu transmito", disse ele, "não invento nada.
Confio no passado e o amo."
A acentuada desordem com que ele foi obrigado a conviver naquela época - chamada pelos historiadores de Período da Primavera e Outono (770-476 a.C.) -, estando a China subdividida em estados antagônicos, devia-se, no entendimento dele, não às instituição feudais mas sim ao desvio das estimadas virtudes que foram, desde os tempos imemoriais, o sustentáculo da antiga realeza.
Recuperá-las afim de restaurar a antiga unidade da China era a principal tarefa do sábio, a sua maior missão.
Dai o sentido da frase em ele que afirmava: "Estuda o passado se quiseres prognosticar o futuro".
Confúcio entendia o mundo político similar ao céu que nos cobre, no qual o Kiun tseu, o Príncipe, o Senhor, o homem superior, era a Estrela Polar, corpo fixo que recebe as homenagens dos demais, exercendo o tianming, Mandato Divino como Filho dos Céu (conceitos de poder desenvolvidos em épocas anteriores, pelos Zhou).


Confúcio: O cavalheiro ideal
Esta estrela maior, apoiada em arraigados e definitivos valores morais, bem acima dos demais, pela fortaleza das suas qualidades, fazia com que todo o restante celestial lhe prestasse vassalagem.
Este principe, porém, não era alguém que recebesse a posição por imposição da hereditariedade dinástica.
O trono não lhe chegava pela herança paterna, mas era alcançado por suas magníficas virtudes.
Para recuperar a antiga harmonia era preciso faz surgir uma nova espécie de dirigente, o junzi, o cavalheiro.
Este era o tipo ideal do Grande Mestre, alguém educado nas excelências maiores, um produto da ética e do livro e não da espada e do sangue.
Contribuiu assim Confúcio para que depois, ao largo de dois mil anos de história chinesa, a elite dirigente do país -os mandarins - fosse escolhida por meio de concursos públicos abertos a todos que se sentissem habilitados, fazendo com que antiga nobreza dirigente fosse substituída por uma casta de letrados, selecionados por meio de exames regulares (*)

(*) Acredita-se que Confúcio tenha sido o porta-voz dos shi, um grupo de intelectuais e seus discípulos que reivindicava um espaço especial na ordem feudal vigente, pleiteando uma posição relevante devido a sua cultura superior e dedicação ao estudo.
Algo equivalente ao papel da intelligentsia na Rússia czarista do século 19, mas de maior ambição do que os scholars na sociedade anglo-saxã de hoje.
O segredo das relações sociais
Enquanto o príncipe mantinha-se como se fora a Estrela Polar - um seguro ponto referencial no firmamento - os outros, os comuns, obrigavam-se a manter-se respeitosos as cinco relações sociais: a que o soberano mantém com o súdito; a estabelecida entre pai e o filho; a existente entre o irmão maior e o irmão menor; a entre o marido e a mulher; e, por fim, a que um amigo devota ao amigo.
Violá-las ofende o Decreto do Céu, provocando assim a licença e a desordem. Por tanto, a primeira e principal tarefa do sábio, deste homem superior, é tomar conhecimento da vontade celeste.
É saber auscultá-la, entender suas diretrizes e determinações.
Havendo harmonia nas alturas era de se esperar vê-la reproduzida na sociedade.
O sábio é, pois, um demiurgo, o que faz a ligação das coisas do céu, divinas, com o que se passa ao redor dele, procurando ilustrar o principe e os dirigentes nos ensinamentos superiores.
Ensiná-los e aos seus discípulos qual é o verdadeiro Tao , o Caminho, para que eles não despendam seu tempo em veredas erráticas, desviantes daquilo que o Senhor das Alturas, previamente, traçou para eles. Tal é a sua missão.
A desordem, os tumultos e desacertos resultavam desse desconhecimento, dos homens não saberem em que porto ancorar, em que lugar da sociedade é melhor situar-se para poder obrar em função do todo, da família e da sociedade.

Conhecimento e harmonia
Se o sábio fazia as vezes de intermediário entre o Céu e a Terra, instruindo o príncipe na sua tarefa sagrada, cabia a este dar aos súditos o sentimento dos seus respectivos deveres para despertar-lhes o espírito e a sabedoria.
O príncipe tinha que ser príncipe, o ministro, ministro, e assim por diante, bem definidas as funções hierárquicas, marcados os ritos, qualquer desvio disso era perigoso, nocivo, visto que confundia os súditos, introduzindo à desconfiança e à desordem no reino.
Desta maneira, se um governante ou um seu funcionário locupleta-se com os recursos públicos, botando a mão no tesouro do estado para seu próprio beneficio, deve esperar-se que o mesmo ocorra entre a gente comum, entre os governados.
E, ao contrário, se ele mostra-se íntegro, ajuizado e responsável com os gastos públicos, todos o seguirão em parcimônia e correção.
Para alcançar isso era preciso, insistiu Confúcio, conhecer o funcionamento da natureza das coisas com o fim de obrar (yi) em qualquer situação e compreender a significação íntimas dos ritos (li).
Diríamos hoje conhecer a psicologia e o caráter dos homens.
Hierarquia e o Respeito são, pois, os pilares do bom governo, aquilo que dá sustentação a Harmonia.
Os súditos, por sua vez, além de manterem-se obedientes às cinco relações sociais, devem ser ensinados no tchon , a retidão, para que possam praticar o chu, o altruísmo.


Governo e moral
A obsessão burocrática de Confúcio - talvez o primeiro ideólogo da burocracia então em formação - de quer ver tudo como um ritual, revela-se quando ele faz reiteradas recomendações ao príncipe em fazer bem a tcheng min (a denominação correta das coisas), a precisa distribuição dos deveres e das funções dos servidores, pois ele, o senhor, não é apenas alguém que reina.
O kiun tseu, o príncipe, organizador das coisas, é igualmente um valor moral: a nobreza da alma dele é o que melhor o qualifica para as dignas e elevadas funções que exerce.
Assegurada a absoluta correção pessoal dele, pode até dispensar-se de promulgar leis, pois o seu desejo ou inclinação prontamente são obedecidos pelos súditos.
Não precisa, para tanto, intimidar ou atemorizar ninguém.
Ao adentrar em qualquer recinto todos sentem a inequívoca força moral que se desprende dele, prostrando-se frente ao seu caráter superior.
O bom governo é acima de tudo uma força moral que constrange o potencial negativo e anti-social do delinqüente, do malvado e do fraudador, cerceando-os, obrigando-os a seguirem as regras do bom convívio desejado pela coletividade.
Entende-se assim o dito de Confúcio de que "a virtude do príncipe é como o vento agindo sobre a erva da plebe.
A erva sempre se curva quando o vento sopra sobre ela."
O estímulo sistemática dele, em linguagem sempre poética, para a conciliação entre o governo e seus dirigidos, entre soberano e súdito, entre o homem e a natureza e dos homens entre si, é que explica denominação poética da maioria das dependências existentes na Cidade Proibida de Pequim, antiga morada dos imperadores chineses, construída no tempo da Dinastia Ming.
Sucedem-se naqueles pavilhões, construções que por 600 anos serviram aos detentores do Mandato Divino, uma alameda chamada de a Pureza Celestial, seguida pela da União e Paz, outra denominada de a Tranqüilidade Terrestre e ainda a da Elegância Preservada, havendo um prédio dedicado às Melodias Alegres.


O sábio e o santo
Confúcio usava a expressão Kiun tseu, para indicar, indistintamente , o príncipe, o senhor, assim como o sábio, colocando-os aparentemente no mesmo patamar. Ambos seriam homens superiores.
Todavia exerciam funções distintas (o príncipe com a tarefa de bem governar e o sábio com a de educar e purificar), inteiramente diversas do siao jen , o plebeu.
Se bem que ele considerasse o melhor governo possível o do homem santo, ele afirmou que em épocas degeneradas, como a que ele vivia, tal era impossível de vir a se constituir.
Por isso, o sábio fazia as vezes do homem santo, visto que , por outros caminhos e dedicada perseverança, era capaz de abrigar um conhecimento próximo da santidade.
Enquanto o homem santo imediatamente captava o simbolismo do Bem e da Verdade, o sábio demandava muito mais tempo em decifrá-lo.
Com o enlevamento do coração pelo estudo das Odas (Che), preocupando-se em conduzir-se sempre pelas boas obras, o sábio habilitava-se a alcançar a purificação de si mesmo, dos demais e do mundo inteiro.
Descrevendo a cronologia da sua marcha pessoal em direção á sabedoria,
Confúcio disse:
"Aos 15 anos meu coração concentrou-se com rigor nos estudos, aos 30 anos pude manter-me em pé, aos 40 abandonaram-me as dúvidas, aos 50 anos conheci o Decreto dos Céu.
Aos 60 anos, meus ouvidos abriram-se docemente para a Verdade, aos 70 anos pude seguir os desejos do meu coração sem transgredir nunca com a regra. Aplicai o vosso coração ao Tao (a doutrina)..
Que maravilhoso seria aprender pela manhã o que é o Tao e morrer pela tarde

O Significado do Tao
O vocábulo Tao tem um sentido muito próprio que é Caminho, via, mas ele significa também dizer donde deriva o sentido de doutrina O Tao, evoca antes de tudo a imagem de um caminho que se há a seguir e a idéia de direção de conduta, de regra moral ", mas também " a arte de pôr em comunicação o Céu e a Terra, as forças sagradas e os homens
Para o pensamento filosófico e religioso comum, Tao é o princípio de ordem em todos os domínios correspondentes ao real, fala-se do Tao Celeste e do Tao da Terra como também do Tao do Homem.
Entre o Tao Celeste e o Tao da Terra existe uma oposição mais ou menos como o yang e o yin.
O yang sugere a idéia de exposição ao sol e de calor, por seu lado o yin evoca a idéia de frio e encoberto, é aplicado ao que é interior.
O Tao do Homem exerce a função de intermediário entre o Céu e a Terra.
Segundo um fragmento cosmogónico, o Tao é designado como sendo um ser indiferenciado e perfeito, nascido antes do Céu e da Terra.
O ser indiferenciado e perfeito é interpretado por um hermeneuta do século II a.C. como a misteriosa unidade do Céu e da Terra, que constitui de uma forma caótica ( huen-tuen ), a condição do bloco de pedra não trabalhado Sendo assim, o Tao poderá ser considerado como a totalidade primordial, viva e criadora, mas sem nome e sem forma.
O que não tem nome é origem do Céu e da Terra, e o que tem nome é Mãe dos dez mil seres, isto está escrito noutro fragmento cosmogónico.
O Tao expressa noções que prolongam a imagem cosmogónica.
É importante referir alguns como: O caos ( huen-tuen ), o vazio (hsu ), o nada ( wu ), o grande ( ta ), e o um ( i ).


Tao - O Que É?
Para entender por que o taoísmo e o confucionismo vieram a exercer tão profunda e duradoura influência sobre o povo chinês, bem como sobre o do Japão, da Coréia e de outras nações circunvizinhas, é necessário entender algo do conceito fundamental chinês do Tao.
A palavra em si significa "caminho, estrada, ou vereda".
Por extensão, pode também significar "método, princípio, ou doutrina".
Para os chineses, a harmonia e o funcionamento ordeiro que perceberam no universo eram manifestações do Tao, uma espécie de vontade ou legislação divina que existe no universo e o regula.
Em outras palavras, em vez de crerem num Deus Criador, que controla o universo, eles criam numa providência, uma vontade do céu, ou simplesmente o próprio como a causa de tudo.
Aplicando o conceito do Tao a assuntos humanos, os chineses criam pessoa deve que existe um modo natural e correto , para realizar todas as coisas, e que tudo e todos têm seu devido lugar e sua devida função.
Por exemplo, eles criam que, se o governante cumprisse seus deveres tratando o povo com justiça e cuidando dos rituais sacrificiais pertinentes ao céu, haveria paz e prosperidade para a nação.
Similarmente, se as pessoas se dispusessem a buscar o caminho, ou Tao, e o seguissem, tudo seria harmonioso, pacífico e eficiente. Mas, se elas o contrariassem, ou lhe resistissem, o resultado seria o caos e o desastre.
Este conceito de seguir o Tao e não interferir em seu fluxo é um componente central do pensamento filosófico e religioso chinês.
Pode-se dizer que o taoísmo e o confucionismo são duas expressões diferentes do mesmo conceito.
O taoísmo faz uma abordagem mística, e, em sua forma original, defende a inação, a quietude e a passividade, evitando a sociedade e retornando à natureza.
Seu conceito básico é que tudo sairá bem se as pessoas se acomodarem, nada fizerem, e permitirem que a natureza siga seu curso.
O confucionismo, por outro lado, faz uma abordagem pragmática.
Ensina que a ordem social será mantida se toda pessoa desempenhar o papel que lhe cabe e cumprir com o seu dever.

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