segunda-feira, 1 de novembro de 2010

A REENCARNAÇÃO E A CIÊNCIA



Embora a reencarnação seja algo convencional para os mais de 1,25 bilhões de praticantes do hinduísmo e do budismo, não é algo amplamente aceito para aqueles que não seguem uma religião oriental.

O ceticismo ocidental na reencarnação está intimamente ligado às religiões monoteístas que focam em uma única vida, uma única alma e um Deus ativo e que não depende de lei kármica.

E com alguns “desequilibrados” que anunciam vez ou outra que são a reencarnação de Cleópatra ou de Elvis, não é de se surpreender que muitas pessoas continuam a ser extremamente céticas quando o assunto é a capacidade da alma de retornar repetidamente.

No entanto, esse ceticismo geral não impediu os pesquisadores de explorarem o potencial para a reencarnação.

Dr. Ian Stevenson, um psiquiatra acadêmico, estudou a reencarnação nos Estados Unidos até sua morte, em 2007.

Stevenson fundou a Divisão de Estudos da Personalidade no departamento de Psiquiatria e Ciências Neurológicas da Universidade de Virgínia.

O laboratório, que mais tarde ficou conhecido como Divisão de Estudos da Percepção, centra-se na análise de crianças que lembram de vidas passadas, experiências de quase morte, aparições e comunicações após a morte, experiências fora do corpo e visões no leito de morte.

Stevenson, que frequentemente chamava a reencarnação de “sobrevivência da personalidade após a morte”, via a existência de vidas passadas como uma potencial explicação para diferentes condições humanas [fonte: New York Times - em inglês].

Ele acreditava que experiências passadas somadas à genética e ao ambiente poderiam ajudar a elucidar a disforia de gênero, fobias e outros traços de personalidades inexplicáveis.

Os estudos de Stevenson sobre a reencarnação focavam em crianças pequenas, normalmente entre 2 e 5 anos, que tinham fobias inexplicáveis ou apresentavam memórias detalhadas de vidas passadas.

Stevenson tentava confirmar os fatos que a criança apresentava com detalhes da vida de uma pessoa já falecida.

Ele algumas vezes fez ligações surpreendentes entre memórias e vidas.

Um menino libanês estudado por Stevenson não apenas sabia onde um estranho falecido havia amarrado seu cachorro como sabia também que o homem havia sido mantido em quarentena no seu quarto – um fato que a família atribuiu à sua tuberculose pulmonar.

Stevenson estudou 2.500 casos ao longo de aproximadamente quatro décadas e publicou livros técnicos e artigos.

Ele alegou que queria apenas sugerir que a reencarnação era plausível, e não que ele a tinha comprovado com absoluta certeza.

Apesar da advertência de Stevenson, seu trabalho foi bastante rejeitado pela comunidade científica.

* * *
Um desafio do além

Embora Stevenson nunca tenha declarado publicamente sua crença na reencarnação, ele expressou seu desejo de se comunicar após a morte.

Aproximadamente 40 anos antes de sua morte, o psiquiatra comprou um cadeado de combinação e configurou ele mesmo o código com um dispositivo mnemônico.

Ele trancou então o cadeado em um armário e o colocou na Divisão de Estudos da Percepção.

Ele falou aos seus colegas que após a sua morte tentaria passar no dispositivo mnemônico.
Desde a sua morte, em fevereiro de 2007, o cadeado, porém, não foi aberto.


Sarah Dowdey.
HowStuffWorks
Como funciona a reencarnação

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