quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Quem tem medo de relacionamento sério?



É com muita frequência que me deparo – online ou off-line – com pessoas que estão em busca de um relacionamento sério.

Enquanto algumas delas, mais cedo ou mais tarde, acabam conseguindo achando seu par, outras parecem ter menos sorte, e encontrar um amor parece ser uma missão quase impossível.

Qual será a diferença entre aqueles que conseguem e outros que têm maiores dificuldades?

Será mesmo uma questão de “sorte”?

Creio que não seja exatamente isso.

Se observarmos um pouco mais, veremos que algumas destas pessoas que “parecem ter menos sorte” querem muito ter um relacionamento.

Até terem!

O que quero dizer é que, quando estão solteiras, se queixam de não ter uma companhia, dizem-se desejosas de ter alguém, chegam a se lamentar pensando que seu destino é a solidão.

Quando finalmente encontram um par e iniciam um relacionamento sério, encontram uma infinidade de defeitos na outra pessoa e na própria situação de ter um compromisso.

O outro é muito implicante, muito ciumento, pouco divertido, mal-humorado...

Surge a saudade de não ter compromisso com ninguém, de poder decidir sozinho (a) o que fazer em uma sexta-feira à noite...

Nestes casos, é fácil termos a impressão de que a pessoa na realidade não queria um relacionamento sério, ou pelo menos não queria tanto assim.

Será que é isso mesmo?

Qualquer escolha que façamos em nossas vidas nos fará abrir mão de certas coisas.

Se escolhemos ser solteiros(as), perdemos a companhia de um(a) namorado(a).

Se escolhemos ter alguém, perdemos a liberdade de não precisar dar satisfação sobre o que fazemos.

Antes de qualquer escolha, é preciso, então, que avaliemos se os ganhos compensarão as perdas.

Se ter uma companhia for mais importante do que não precisar dar satisfação a ninguém, aí sim vale a pena namorar.

Caso contrário, estar solteiro(a) é a melhor opção.

O que não se pode é pensar que é possível ter todas as vantagens de todas as situações.

Há que se aceitar perder algo bom em prol de algo melhor ainda.

Existem também outros casos em que a dificuldade não está em abrir mão de certas vantagens, mas no motivo que leva uma pessoa a querer ter uma relação séria.

Há quem queira encontrar um amor somente para preencher um vazio.

Quando isso acontece, o outro passa a ter uma imensa responsabilidade, a de ocupar um espaço que foi deixado por algo ou alguém no passado.

O (a) companheiro (a) sofre, assim, a pressão da expectativa de que se encaixe com perfeição naquele lugar que lhe foi destinado.

Mesmo quando o outro se adéqua ao tal lugar, seria um engano acreditar que vazios internos podem ser preenchidos dessa maneira.

O vazio continua lá, apenas fica disfarçado, camuflado.

Nesse caso, a tendência é a surgir a decepção pelo fato de a outra pessoa não ter atendido determinadas expectativas.

Tudo isso nos mostra que encontrar um par é um processo que começa muito antes da busca efetiva por ele.

O mais adequado é que a reflexão seja o primeiro passo, devendo vir antes das atitudes.

Antes de sair à procura de um par, o ideal seria que cada pessoa perguntasse a si mesma exatamente o que ela deseja.

A intenção é ter alguém apenas para preencher um vazio, ou para realmente viver um grande amor?

A ideia é ter um (a) companheiro (a) de verdade ou encaixá-lo (a) nas próprias necessidades?

É importante avaliar ainda a disponibilidade para abrir mão de certas coisas em prol de outras.

Vale a pena mesmo?

Os ganhos serão maiores do que as perdas?




Dra. Mariana Santiago de Matos
Psicóloga

Um comentário :

Anônimo disse...

agora com sua esplicaçoã ao meu ver deu um pouco entendimento sobre este assunto obrigado