terça-feira, 10 de julho de 2012

'FÉ É APOSTA QUE A VIDA TEM SENTIDO', DIZ BOFF

 

Leonardo Boff
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O teólogo Leonardo Boff é considerado um dos nomes mais importantes da Teologia da Libertação e da defesa dos Direitos Humanos.
 
Ingressou na Ordem dos Frades Menores em 1959 e, em 1992, pressionado pelo Vaticano, renunciou às atividades de padre. Boff é autor de mais de 60 livros sobre teologia, ecologia, espiritualidade, filosofia e antropologia.

Durante a entrevista, Boff explica os princípios da teoria da libertação, fala dos anos como frei franciscano e dos conflitos com a igreja nesse período e critica a postura das igrejas na mídia. "Para mim, a fé é uma aposta que a vida tem sentido", diz ele.

No trecho abaixo, em conversa com o jornalista Kennedy Alencar, da Rede TV, fala especialmente sobre fé e sobre sua visão de Deus no sentidos filosófico e religioso.
Veja entrevista completa aqui.

VERA LÚCIA MARINZECK - ENTREVISTA

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A vida de Vera Lúcia Marinzeck mudou muito a partir do ano de 1975, quando, pela primeira vez, entrou numa casa espírita. E
sse primeiro contato com o Espiritismo foi decisivo para que, algum tempo depois, encontrasse respostas para muitas de suas dúvidas.
Encorajada por aqueles que a ampararam fraternalmente, determinou-se a estudar e desenvolver a mediunidade.
Desde então, não parou mais de ler os livros de Allan Kardec e recomendar a todos que a procuram a leitura de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”.

Nos raros encontros com os leitores, que acontecem geralmente em tardes de autógrafos promovidas em grandes livrarias – apresenta-se vestida com simplicidade, é carinhosa para com todos sem afetação, dispensa a mesma atenção a todos, sem fazer nenhuma distinção.
Aqueles que a conhecem de perto e convivem com ela não se negam confirmar: “A Vera Lúcia é assim mesmo, sempre bem humorada, calma, não se apressa nem apressa ninguém”.
Nesta entrevista, a médium relembra o passado, suas experiências mediúnicas e comenta a literatura dos espíritos e fala sobre o sucesso de seu livro Violeta na Janela

Quando foi que você entendeu melhor a mediunidade?
 
Desde criança posso ver os espíritos e conversar com eles.
Fui muito católica.
Aos dezenove anos procurei entender melhor outras religiões.
Conversando com os seguidores de várias crenças, finalmente compreendi que todas as religiões são positivas, nos religando a Deus.
Quando meu filho mais velho nasceu, passamos por muitas dificuldades. Nessa época, nos convertemos ao Espiritismo, por volta do ano de 1975.
Estudando muito, desenvolvi a vidência, a incorporação, ou psicofonia, e a psicografia, na qual trabalho diariamente.
Encontrei no Espiritismo respostas para todas as minhas dúvidas sobre a mediunidade.

Explique melhor seu trabalho de psicografia.
 
Psicografo há vinte e quatro anos, compreendendo nove anos de treinamento mediúnico. Em parceria com o espírito comunicante, transcrevo aquilo que estou escutando por intermédio da mediunidade.
Se for preciso, reescrevo o texto com um acompanhamento espiritual, até que o resultado final seja o melhor possível.
Os livros psicografados são obra exclusiva dos espíritos.
Minha condição é apenas a de uma intermediária.
Por orientação espiritual, especializei-me na psicografia.
As mensagens ou livros que recebo são de autoria dos espíritos escritores.
Não existe – nem poderia haver – interferência da minha parte nesse trabalho.
Se méritos existem, devem ser atribuídos aos espíritos, não a mim, que apenas transcrevo o que está sendo transmitido por eles.
Não é um trabalho cansativo porque procuro realizá-lo prazerosamente, com todo o carinho que merece.
É claro que exige paciência, persistência e muita boa vontade.
Hoje psicografo de duas a três horas e meia por dia, mas já trabalhei até quatro horas nessa tarefa.
Sou médium consciente, participo dos trabalhos mediúnicos.
Faço costumeiramente minhas preces antes de iniciar minhas tarefas mediúnicas.
Não sinto nada de especial, nem antes nem depois das manifestações dos espíritos.
Todos os dias dedico parte do meu tempo à psicografia.
Assim, essa tarefa já se incorporou ao meu cotidiano.
Só raramente deixo de psicografar.

Qual o objetivo da literatura mediúnica?
 
Nosso objetivo sempre foi levar, por intermédio do livro espírita, orientação e consolo a todos, indistintamente.
Escritos em linguagem simples, facilitando sua compreensão, os livros que psicografei atraem leitores de várias religiões.
Esse trabalho de divulgação do Espiritismo se iniciou depois de nove anos de treino mediúnico. Finalmente, em 1990, finalizei um livro, e me foi permitido divulgá-lo.
Depois de ler o texto, a Antonina, uma grande amiga minha, resolveu encaminhar a obra para a Petit Editora.
Logo em seguida, “Reconciliação”, um romance do Espírito Antônio Carlos, era publicado. Isso aconteceu durante o ano de 1990.

Quem são os espíritos que escrevem por seu intermédio? Você também escreve?
 
A Petit Editora lançou meu primeiro livro não psicografado, “Conforto Espiritual”.
Esse livro é uma coletânea das respostas às cartas dos leitores do jornal Diário de S.Paulo, publicadas todos os domingos de 2004.
Comemorando um ano de publicação da coluna, com o apoio de nossos amigos do jornal, estamos lançando esse livro que trata de vários temas de interesse geral – divórcio, doenças, aborto, infidelidade, reencarnação, obsessão, assédio sexual, mortes prematuras etc.
Procuro sempre responder aos leitores à luz do Espiritismo e da minha própria vivência mediúnica.
Se as respostas não são dos espíritos, deles sempre recebo inspiração – em especial do Espírito Antônio Carlos.

Quanto aos livros psicografados, são vários espíritos que se comunicam por meu intermédio.
Entre eles, destacam-se os trabalho mediúnico de Antônio Carlos, Patrícia e Rosângela. Antônio Carlos foi alguém com quem dividi minha vida no passado.
Hoje, estamos unidos por um grande compromisso: levar adiante a mensagem renovadora do Espiritismo.
Patrícia foi minha sobrinha.
Retornou ao mundo espiritual ainda bem jovem.
Ao mudar-se para o mundo dos espíritos, viveu uma experiência maravilhosa, descrita no seu livro “Violetas na janela”, o qual tive a felicidade de psicografar.

Na sua opinião, a que se deve o sucesso dos livros espíritas?
 
A literatura espírita consola e orienta.
Nos dá a certeza da continuação da vida após a morte do corpo físico e a compreensão da justiça divina.
Entendemos, por meio do Espiritismo, que Deus é infinitamente justo e bom, nos proporcionando a reencarnação para o nosso crescimento moral e a reparação de nossos erros.
Não perdemos nossos afetos, muito ao contrário, ampliamos nossa família espiritual nessa convivência, que – a cada encarnação – torna-se melhor e mais fraterna...

Além de “Violetas na Janela”, quais são seus outros livros?
 
O livro Violetas na janela é considerado um best-seller espírita, sua tiragem já ultrapassou 1,2 milhão de exemplares.
Esse sucesso, que me surpreende até os dias de hoje, se deve exclusivamente a Patrícia, autora espiritual desse livro belíssimo que já consolou e esclareceu milhares de pessoas que perderam entes queridos ainda na flor da idade.
Ao terminar um livro, logo em seguida inicio a psicografia de outro.
Pretendo continuar trabalhando para a divulgação do Espiritismo, uma das grandes razões da minha vida.
O livro “O Sonâmbulo” do Espírito Antônio Carlos, um romance emocionante, que explica esse tipo de fenômeno, à luz do Espiritismo.
Eu mesma, durante a psicografia desse livro, fui envolvida pelo clima de suspense e mistério que transpira de suas páginas.

Antes dele, “Flores de Maria”, do Espírito Rosangela, também foi muito importante, pois relata a passagem daqueles que perdem o corpo físico ainda na infância ou na juventude, e o que encontram no mundo espiritual. “Morri! E agora?”, de vários espíritos comunicantes, também foi uma experiência gratificante.
São vários espíritos que relatam sua passagem para o mundo dos espíritos, seus dramas, dúvidas e incertezas.
São experiências diversas, que acrescentam muito ao nosso entendimento.
Pessoalmente, o livro me impressionou muito.
Trata-se de um verdadeiro aprendizado sobre o bem viver na Terra.

Em quanto tempo você psicografa um livro?
 
De quatro a seis meses, dependendo do livro, pois eles são reescritos no mínimo três vezes.
Em média, cerca de cinco meses.
Trabalho assim porque a responsabilidade do médium, perante a espiritualidade, é muito grande, o resultado final deve ser o melhor possível.

Quais são seus livros preferidos?
 
Meus livros favoritos são “O Evangelho Segundo o Espiritismo” e “O Livro dos Médiuns” de Allan Kardec. “O Livro dos Espíritos”, também de Allan Kardec, é um livro que estou sempre relendo, o que recomendo a todos os médiuns.


LIVROS

Neste livro, Patrícia nos fala do triste mundo das drogas, do desencanto e da dor; mas, com o otimismo que lhe é peculiar, nos dá uma bela lição sobre a importância da persistência e do amor. Conheça por meio da narrativa da autora espiritual o drama daqueles que se envolveram com drogas e as conseqüencias no pós-morte.

Patrícia, com sua linguagem simples, elucidativa e envolvente, mostra as tristes consequencias, tanto em corpo como em espírito, do ser que se envolve no trágico mundo das drogas, do suicídio, do desencanto e da dor. Mas, mostra também a outra face da moeda, o amor sublime, desapegado e incondicional que a todos os obstáculos pode vencer. Caminhar pelas misteriosas vias dos planos terrestres e espirituais e reavaliar conceitos sobre a essência do viver em paz, com harmonia e feliz é a fascinante viagem que o leitor pode fazer lendo este livro.

Violetas na Janela - Páginas 214
Com mais de 1.700.000 exemplares editados, este livro continua encantando os leitores. Com uma linguagem cativante, Patrícia nos conta como foi seu desencarne, aos 19 anos, e como é a vida no plano espiritual: como é a alimentação, a vestimenta e a sensação que teve ao rever a família. Sucesso absoluto de venda, é o livro espírita mais comentado da atualidade. Já virou peça de teatro pelas mãos da atriz Ana Rosa com o mesmo sucesso com mais de 100.000 pessoas. Além desta versão, você encontra também em castelhano, inglês e em esperanto. No momento de confortar alguém que tenha "perdido" um ente querido, este livro é o mais recomendado. Patrícia desencarnou aos dezenove anos, de forma tranquila: foi como dormir e acordar no plano espiritual, entre amigos.

Violetas na Janela mostra o relato de uma pessoa consciente do que é a desencarnação. Narra com simplicidade as belezas que encontrou no Plano Espiritual, além das dúvidas que teve, do tipo: como se alimentar? Como se vestir? Sentiria frio? Usaria o banheiro? Patrícia descreve com clareza a colônia para onde foi levada, e o mais importante: fala da ajuda que obteve dos familiares espíritas e da sustentação psicológica que recebeu de seu pai, exemplificando como proceder diante da morte de entes queridos. Sem dúvida, esta maravilhosa descrição encantará a todos os leitores

 
 

LIVRO DOS ESPÍRITOS: CONHEÇA E FAÇA DOWNLOAD


Publicação do Livro dos Espíritos, em Paris (1860)

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Com o lançamento de "O Filme dos Espíritos", é grande a curiosidade do público sobre a obra que baseou a produção. "O Livro dos Espíritos" (Le Livre des Esprits) é o primeiro livro sobre a doutrina espírita publicado pelo educador francês Hippolyte Léon Denizard Rivail, em 18 de abril de 1857, sob o pseudônimo Allan Kardec.
 
É uma obra básica do espiritismo, e foi lançado por Kardec após seus estudos sobre os fenômenos que, segundo muitos pesquisadores da época, possuíam origem mediúnica, e estavam difundidos por toda a Europa durante o século XIX.

Apresenta-se na forma de perguntas e respostas, totalizando 1.018 tópicos.
Foi o primeiro de uma série de cinco livros editados pelo pedagogo sobre o mesmo tema.
 
As médiuns que serviram a esse trabalho foram inicialmente Caroline e Julie Boudin (respectivamente, 16 e 14 anos à época), às quais mais tarde se juntou Celine Japhet (18 anos à época) no processo de revisão do livro.
 
Após o primeiro esboço, o método das perguntas e respostas foi submetido a comparação com as comunicações obtidas por outros médiuns franceses, totalizando em "mais de dez", nas palavras de Kardec, o número de médiuns cujos textos psicografados contribuíram para a estruturação de O Livro dos Espíritos, publicado em 18 de Abril de 1857, no Palais Royal, na capital francesa, contendo 501 itens.
 
Só a partir da segunda edição, lançada em 16 de março de 1860, com ampla revisão de Kardec mediante o contato com grupos espíritas de cerca de 15 países da Europa e das Américas, aparecem as atuais 1018 perguntas e respostas.

Conteúdo
A obra se divide em quatro "livros", como comumente se dividiam as obras filosóficas à época, que tratam respectivamente:
 
Das causas primárias - abordando as noção de divindade, Criação e elementos fundamentais do Universo.
Do mundo dos Espíritos - analisando a noção de Espírito e toda a série de imperativos que se ligam a esse conceito, a finalidade de sua existência, seu potencial de auto-aperfeiçoamento, sua pré e sua pós-existência e ainda as relações que estabelece com a matéria.

Das leis morais - trabalhando com o conceito de Leis de ordem Moral a que estaria submetida toda a Criação, quais sejam as leis de: adoração, trabalho, reprodução, conservação, destruição, sociedade, progresso, igualdade, liberdade e justiça, amor e caridade.
Das esperanças e consolações - concluindo com ponderações acerca do futuro do homem, seu estado após a morte, as alegrias e obstáculos que encontra no além-túmulo.

Intolerância
Em setembro de 1861 o Sr. Lachâtre encomenda, de Barcelona, 300 volumes de obras espíritas, dentre as quais o Livro dos Espíritos.
Ao chegarem, os livros são apreendidos pelo bispo local, num episódio que ficou conhecido como Auto-de-fé de Barcelona.
A sentença foi executada a 9 de outubro, data que marca a intolerância religiosa, reagindo contra a divulgação da Doutrina Espírita.
 
A 1 de maio de 1864 a Igreja Romana coloca a obra no Index - o catálogo das obras cuja leitura é vedada aos seus fiéis.

Livro dos Espíritos para download


Ouça ou copie para ouvir onde desejar

A MORTE NÃO É FIM, MAS TRANSFORMAÇÃO


 
 
Foram-se os bons, os temos, os belos, mas eu não me conformo", foi o que, citando livremente, lembro-me que disse uma poeta americana, Sarah Teasdale, que estudei nos tempos de faculdade.
 
Recentemente foi reeditado um livro meu sobre o assunto, "O Lado Fatal", e comecei a receber e-mails de leitores que passaram por essa dura, incompreensível experiência: alguém que amamos, ou conhecíamos, deixou de existir.
 
Não ouviremos seu passo no corredor, sua voz ao telefone, não teremos longas conversas, não nos reuniremos em grupo de amigos, não contaremos façanhas ou fofocas ou queixas, não trocaremos e-mails.
 
O endereço eletrônico inútil ainda nos espreita no computador, o que fazer?
 
Deletar como se a gente deletasse uma vida?
Esta coluna é uma homenagem, não só a um velho amigo que se foi recentemente, como a todas as pessoas queridas que perdi.
 
Homenagens não trazem ninguém de volta, mas talvez ajudem a nós, os que ficamos, a curtir mais, e melhor, o que temos por perto, em lampejos de silêncio e contemplação (ato heróico na correria destes tempos loucos e fascinantes, mas a gente consegue).
 
A morte, intrusa indesejada, sobre a qual tanto se fala, se pensa, se escreve, foi personagem de alguns de meus livros e causa de algumas incuráveis dores.
 
Ela não pede licença: sem bater, escancara num repelão porta ou janela, entra num salto, com suas vestes cheirado o mofo e seus olhos de gato no escuro.
 
Às vezes pega quem mais amamos.
 
E aí não tem remédio, não tem descanso, não tem nada senão a dor — apesar da nossa natural dificuldade de lidar com ela, a dor é necessária nesses primeiros tempos.
 
É preciso chegar ao fundo desse poço escuro para poder sair dele, ou ao menos ter a cabeça a tona d'água.
 
Presenças bondosas, conforto de alguma palavra amiga, saber que os outros estão aí, que ajudam também nas coisas práticas, nos fazem sobrevivei.
 
Mas não queiram que a gente não sofra, mesmo nesta cultura nossa do barulho e da agitação, em que no segundo dia já querem que a sente passe o batom e saia às compras.
 
Não por maldade, mas por essa aflição que nos ataca diante do sofrimento alheio, em parte porque ele é uma ameaça à nossa vidinha bem-posta: seremos os próximos?
Mas quero homenagear um amigo querido meu, de meu marido, de minha família, que morreu há poucos dias.
 
O nome não importa, quem o conheceu saberá.
 
Sua idade não importa, a tristeza é sempre a mesma.
 
Qual seria a hora certa para morrer?
 
Minha mãe morreu aos 90 anos, há quase dez ausente deste nosso mundo, arrebatada pelo cruel Alzheimer.
 
Fazia anos que nem me reconhecia, mas também foi duro: de repente, eu não tinha mais a quem pudesse chamar de "mãe", e me senti extraordinariamente órfã.
 
Então, na pessoa desse amigo, homenageio aqui a todos os que se foram -- embora eu acredite que permaneçam, não importa como, em forma de alma, energia ou memória, o que já seria muito bom: de memórias positivas, que nos iluminem, nos emocionem ou nos façam sorrir, estamos precisados.
 
E homenageio aqui, também, a todos nós que ficamos com a singular tarefa de preservar, no coração e no pensamento, esses que aparentemente perdemos, e de aos poucos retomar a vida -- como os mortos gostariam que a gente fizesse.
 
Pois igualmente acredito, com firmeza, que é melhor deixar que os mortos morram (quem viveu isso entende).
 
No começo do luto "tudo é horrível", dizia uma velha amiga, que havia muitos anos tinha perdido um filho, "mas com o tempo dói menos".
 
E afinal a vida chama, ainda que no início nos pareça um insulto.
 
Pois honrando a vida também estamos honrando os nossos mortos, que, na nossa lembrança não mais crispada, na nossa melancolia nao mais indignada, na integração de seus atos e palavras em nós, no que temos de melhor, continuarão vivos.
 
Em última analise, apesar de todo o dilaceramento, solidão e lágrimas, a morte (que não é fim, mas transformação), estranhamente, loucamente, tem um poderio limitado: seu dedo cruel e ossudo não consegue encontrar a tecla com que delerar nossos melhores afetos.
A partir da Veja (Ed. 2256 - 15/02/12).

O SENTIMENTO DE LUTO É O ÓDIO DA PERDA

Perdas.
 
O luto é uma reação normal, fisiológica, psicológica, com começo, meio e fim.
 
Quando perdemos alguém que se ama, passamos por um estado de muita dor psíquica: revolta natural, raiva, ódio e dizemos: porque fizeram isto conosco, porque Deus tirou a vida da pessoa, enfim, interpretamos a perda como um fato contra nós.
 
Essa atitude é de negação, de recusa a não reconhecer que a morte se impõe como realidade, não é contra ninguém.
Do mesmo modo reagimos com indignação quando vemos que alguns dos nossos desejos, projetos, sonhos, não se realizam.
Viver nossos lutos é ter humildade para perder, para sobreviver essa dolorosa experiência: daí o luto ter um tempo adequado para nos refazermos do trauma.
Como isso pode ser possível?
 
Chorando, entristecendo e lembrando das situações boas que passamos com a pessoa que se foi, assim como nos acostumando que uma saída para fazer o luto é ter a pessoa dentro de nós.
Só se consegue atravessar o luto aquele que pode carregar em seu interior, dentro de si, a pessoa amada e ter saudade dela.
 
A saudade é uma palavra que só existe na língua portuguesa, é um sentimento triste mas integrado para se preencher a falta de alguém ou de alguma coisa.
É na saudade que lembramos, que recordamos o bom que alguém nos foi, e paulatinamente vamos retendo na memória a imagem de uma pessoa viva.
 
Aquele que perdemos se mantém vivo dentro de nós, caso o amor tenha predominado nessa relação. Com isso, quero frisar que podemos atravessar essa turbulência sem transformar o luto em depressão ou melancolia.



Carlos A. Vieira

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A depressão é o ódio à perda.
A depressão é a impossibilidade de saber perder, ainda que isso seja doloroso.
Existem pessoas que se revoltam, que não admitem a falta, que reagem com furor e raiva.
E desenvolvem uma atitude de recusa à realidade.
 
Perdem o sentido de viver, não encontram mais força para refazerem sua vida e terminam por pautarem sua existência com queixas, lamentos, revolta e um sentimento de apatia permanente – estamos diante de uma depressão grave ou melancolia.
Necessitam de uma psicoterapia e não muito infreqüentemente, de um tratamento com antidepressivo.
Em resumo: depressão é realmente ódio à perda.
 
 
Lya Luft, poetisa, contista e romancista, em seu belo livro "Para não dizer adeus", Editora Record, Rio de Janeiro, nos brinda com esse profundo poema:

"Perder, Ganhar
Com as perdas, só há um jeito:
Perdê-las.
Com os ganhos,
O proveito é saborear cada um
Como uma fruta de boa estação.

A vida, como um pensamento,
Corre à frente dos relógios.
O ritmo das águas indica o roteiro
E me oferece um papel:
Abrir o coração como uma vela
Ao vento, ou pagar sempre a conta
Já vencida.”
Carlos A.Vieira
Médico, psicanalista da Soc. de Psicanálise de Brasilia e membro da FEBRAPSI-IPA-London.
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A DOR DA MÃE QUE PERDE UM FILHO


















Minha história de mãe da Terra se entrelaçou com a história de uma pequena luz que veio nos fazer uma visita breve, partindo alguns dias após nascer.

Minha menina tão linda, gerada com tanto amor dentro de meu ventre não resistiu às singularidades deste mundo e passou feito passarinho pelos céus de nossos olhos lacrimejados de tristeza.

É impossível descrever a dor que rugiu de minha alma e entendo que a mesma devia ser sentida e chorada com veemência a cada semana posterior de sua partida.

Meu conforto foi atirar-me nos braços da fé, buscando consolo em algo maior e no amor da família.

Arranquei forças de dentro de mim que não imaginava existir, para verter lágrimas em sorrisos de querer bem e gratidão a Deus.

Sim, Ele havia me presenteado!

Um dia, num passado não tão distante fiz alguns combinados, sabia das escolhas que havia feito com cada uma das pessoas que passaram por mim e que estão comigo, por certo não me lembrava, até que minha pequenina veio para me ensinar e mostrar o caminho.
Com a “perda” também se ganha...

Aos poucos a dor foi se dissipando, as emoções foram dando lugar a paz e as orações passaram a confortar nossos corações humanamente egoístas e cansados da matéria que nos é útil nesse plano, mas que por vezes nos pesa tanto.
Sabemos que cada minuto de nossa jornada é precioso demais e deve ser vivido com entusiasmo, por isso, sejamos felizes!
Minha pequena luz foi uma das melhores educadoras que já tive nessa vida, mostrou-me que a evolução da alma está na disposição de aprender e ensinar com a humildade de uma criança, com a troca de gerar e deixar ir, resignar, voar.

A vida é algo inexplicável!
Foi voltando de mansinho a pulsar em nossas veias dia após dia, nossos filhos sabiamente voltaram a sorrir e correr pela casa e nosso sofrimento se estancou através do labor e do carinho de sermos todos unidos pela esperança de um dia desses nos reencontrarmos no caminho de luz que já está sendo trilhado por muitos.
As lembranças de uma pequenina que cruzou nossos singelos mundos de mãe, pai, irmãos, avós, tios(as) ficarão para sempre registrados em nossas memórias.
Não há de sentir culpa, raiva, mágoa por causa da morte.

Nada que nos faça estagnar no caos de sentimentos irracionais que não nos permite crescer e evoluir através do lado positivo das situações que a vida e por consequência a morte da matéria nos apresenta.
A vida é construída através de nossas falas, gestos e pensamentos de amor para conosco e para com nosso próximo e a passagem de cada um de nós é a única garantia que realmente temos.

O que vai ser do futuro?
Pergunta tola a minha!
Passei nove meses esperando o futuro e deixei de aproveitar mais e melhor o que era meu presente...

Por isso, aproveitem seus filhos do jeito que eles são, ame-os mesmo que distantes de ti, ame-os mesmo que não sejam como você idealizou, instrua-os para serem pessoas felizes e de bem, aproveitem cada momento com cada um de seus filhos, compartilhem com eles as experiências da vida, criem seus filhos com carinho e entusiasmo, estreitem os laços fraternais, respeitem seu desenvolvimento, suas dificuldades e elogiem seus acertos, não os protejam em demasia, mostrem os limites com clareza e tranquilidade, acompanhem cada fase, cada passo, cada letra, cada amigo, cada livro, cada amor...

Não importa se viverão 9 meses e 3 dias ou 93 anos.
Vivenciem seus filhos e os deixem partir quando tiverem de ir...
E ao partirem, que as lágrimas caídas sejam de puro e verdadeiro amor.

Muita paz à todas as mães que deram a luz para luzes que hoje brilham aqui na Terra ou em algum lugar especial.

TPirituba (SP), 5 de Maio de 2009

Essa carta escrevi alguns meses após a passagem de minha filha Julia.
Que ela esteja em paz, junto aos nossos irmãos de luz.

Helayne Peres Cardoso


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ORAÇÃO DE SANTO AGOSTINHO


A morte não é nada.
Apenas passei ao outro mundo.
Eu sou eu. Tu és tu.
O que fomos um para o outro ainda o somos.


Dá-me o nome que sempre me deste.
Fala-me como sempre me falaste.

Não mudes o tom a um triste ou solene.
Continua rindo com aquilo que nos fazia rir juntos.
Reza, sorri, pensa em mim, reza comigo.
Que o meu nome se pronuncie em casa
como sempre se pronunciou.


Sem nenhuma ênfase, sem rosto de sombra.
A vida continua significando o que significou:
continua sendo o que era.

O cordão de união não se quebrou.
Porque eu estaria for a de teus pensamentos,
apenas porque estou fora de tua vista ?


Não estou longe,
Somente estou do outro lado do caminho.
Já verás, tudo está bem.
Redescobrirás o meu coração,
e nele redescobrirás a ternura mais pura.

Seca tuas lágrimas e se me amas,
não chores mais.


* * *


Na verdade, a passagem acima é de autoria controversa.
1.
Mundialmente, em pelo menos três idiomas (inglês, italiano e espanhol), o texto é atribuído ao religioso católico argelino, radicado na Itália, Santo Agostinho de Hipona (354 a 430), em pelo menos duas versões.


2.

De outro lado, é tido como um sermão pregado na Catedral de St Paul's, em Londres, no domingo 15 de maio de 1910, na sequência da morte do Rei Eduardo VII, pelo pároco da Catedral de St. Paul (Londres) e professor de Teologia da Univerdade de Oxford, na Inglaterra, Henry Scott Holland.


3.

Em terceiro lugar, consta como de autoria do padre Giacomo Perico (Ranica, 1911 - Milão, 2000), um sacerdote da "Companhia de Jesus" desde 1940, organização católica especializada em questões de bioética e da vida social e familiar, fundada em 1946. Em 1960, Perico criou o "Instituto Giulio Salvadori" e suas obras mais populares tratam de aborto, ética médica e direito à vida.


4.

Finalmente, um texto semelhante é encontrado no livro "Setembro" (Bertrand Brasil, 16a. edição, Tradução de Angela do Nascimento Machado, pág. 450), da autora Rosamunde Pilcher, uma escritora inglesa nascida na Cornualha (24/09/1924) e falecida aos 85 anos depois de uma carreira bissexta, em que seu mais famoso livro foi "Os Catadores de Conchas", publicado em 1987, aos 63 anos de idade.
À falta de uma fonte precisa, que credite autoria a Santo Agostinho, faço este registro para conhecimento dos leitores, eis que impossível sanar a dúvida.

 
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A MORTE NÃO É TUDO. NÃO É O FINAL - Rosamunde Pilcher

 
A morte não é tudo.
Não é o final.
Eu somente passei para a sala seguinte.
Nada aconteceu.
Tudo permanece exatamente como sempre foi.
Eu sou eu, você é você, e a antiga vida que vivemos tão maravilhosamente juntos permanece intocada, imutável.
O que quer que tenhamos sido um para o outro, ainda somos.
Chame-me pelo antigo apelido familiar.
Fale de mim da maneira como sempre fez.
Não mude o tom.
Não use nenhum ar solene ou de dor.
Ria como sempre o fizemos das piadas que desfrutamos juntos.
Brinque, sorria, pense em mim, reze por mim.
 
Deixe que o meu nome seja uma palavra comum em casa, como foi.
Faça com que seja falado sem esforço, sem fantasma ou sombra.
A vida continua a ter o significado que sempre teve.
Existe uma continuidade absoluta e inquebrável.
O que é esta morte senão um acidente desprezível?
Por que ficarei esquecido se estiver fora do alcance da visão?
Estou simplesmente à sua espera, como num intervalo, bem próximo, na outra esquina.
Está tudo bem.

September (Setembro, 1990)
Trecho do livro "Setembro" (Bertrand Brasil, 16a. edição, Tradução de Angela N.Machado, pág. 450).
Rosamunde Pilcher (Cornuália, 1924) é uma escritora inglesa, nascida na Cornualha no dia 22 de Setembro de 1924, falecendo aos 85 anos depois de uma carreira da qual seu mais famoso livro foi "Os Catadores de Conchas, publicado em 1987 aos 63 anos de idade. Pilcher edita o seu primeiro livro, Half-way to the Moon, em 1949, usando o pseudônimo Jane Fraser e só após dez títulos opta pelo uso do seu nome. A Secret to Tell, publicado em 1955, é assim o primeiro dos vinte e três romances que escreve já sob o nome de Rosamunde Pilcher.

* * *
Na verdade, a passagem acima é de autoria controversa. No Brasil, é comumente conhecida como "Oração de Santo Agostinho", mas sem atribuição precisa da fonte e apenas indicando-a como do religioso católico argelino, radicado na Itália, Santo Agostinho de Hipona (354 a 430).
Em pesquisas, foram encontradas duas versões .
De outro lado, há versões semelhantes atribuídas ao pároco da Catedral de St. Paul (Londres) e professor de Teologia da Univerdade de Oxford, na Inglaterra, Henry Scott Holland (veja aqui) e ao padre Giacomo Perico (Ranica, 1911 - Milão, 2000), veja aqui.
 
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PARA VOCÊ CHORAR SEUS MORTOS, OUÇA - Giacomo Perico



Se você me ama, não chore!
Se conhecesses o mistério imenso do céu onde eu vivo agora, se você pudesse ver e ouvir o que vejo e ouço nesses horizontes sem fim e nesta luz que penetra tudo e investir,
Você não vai chorar se você me ama.
Aqui agora é absorvida encantamento de Deus e reflexões sua beleza sem limites.
As coisas do passado, porém pequeno e fugaz em comparação!
Eu estava
um profundo afeto por você; uma ternura que eu já conheci.
Agora, o amor que me liga profundamente com você, é pura alegria e não de noite.
Enquanto eu viver
Esperando no sereno e emocionante,
Você pensa em mim assim!
Em suas batalhas,
Durante seu tempo de desconforto e fadiga, acho que desta casa maravilhosa,
onde não há morte, onde se saciar com transporte mais intenso.
o inesgotável
amor e felicidade.
Não chores mais
Se você realmente me ama!

Extraído de: "Fica conosco Senhor!" Edições São Paulo, 2001
Prefácio Rev.mo Senhor Cardeal Carlo Maria Martini.

Padre Giacomo Perico (Ranica, 1911 - Milão, 2000), um sacerdote da Companhia de Jesus desde 1940, especializada em questões de bioética e as questões da vida social e familiar, fundada em 1946 . Escreveu 248 artigos, relacionados à defesa da vida e à ética.
* * *

Na verdade, a passagem acima é de autoria controversa.
No Brasil, é comumente conhecida como "Oração de Santo Agostinho", mas sem atribuição precisa da fonte e apenas indicando-a como do religioso católico argelino, radicado na Itália, Santo Agostinho de Hipona (354 a 430). Em pesquisas, foram encontradas duas versões .

De outro lado, há versões semelhantes atribuídas ao pároco da Catedral de St. Paul (Londres) e professor de Teologia da Univerdade de Oxford, na Inglaterra, Henry Scott Holland (veja aqui) ao padre Giacomo Perico (Ranica, 1911 - Milão, 2000), acima, e à escritora de língua inglesa Rosamunde Pilcher, em trecho do livro "Setembro" (Bertrand Brasil, 16a. edição, Tradução de Angela do Nascimento Machado, pág. 450).
 
http://www.partidaechegada.com

A MORTE É NADA (DEATH IS NOTHING) - Henry S. Holland



Sermão pregado na Catedral de St Paul's, em Londres, no domingo 15 de maio de 1910.
O sermão foi pregado na sequência da morte do Rei Eduardo VII, na Inglaterra, pelo padre Henry Scott Holland (27/01/1847 a 17/03/1918).
No texto, ele xplora as respostas naturais, mas aparentemente contraditórias à morte: o medo do inexplicável e a crença na continuidade.
Este é seu texto mais conhecido, Death is nothing (A morte é nada) :

"Amados, agora somos filhos de Deus, e ele não aparece ainda o que havemos de ser, mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque O veremos como Ele é.
E todo aquele que nele tem esta esperança purifica-se a ele, assim como Ele é puro ". - 1 João III.2, 3
Achei que todos nós pairam relação entre duas formas de morte, Que Parecem estar em contradição sem esperança uns com os outros.
Primeiro, há o recolhimento familiar e instintivo dele como a encarnação suprema e de catástrofe irrevogável ...



Mas, então, há um outro aspecto totalmente que a morte pode usar para nós.
É o que vem em primeiro lugar para nós, talvez, como nós olhamos para baixo em cima o rosto calmo, tão frio e branco, de alguém que foi muito próximo e querida para nós.
Lá está ele na posse de seu próprio segredo.
Ele sabe que todos.
Parecem saber que sentimos.
E o que o cara diz que em seu silêncio doce para nós como uma última mensagem de alguém a quem amamos é:
* * *
“ A morte é nada.
Ele não conta.
Eu só tenho escapuliu para a próxima sala.
Nada aconteceu.
Tudo permanece exatamente como foi.
Eu sou eu, e você é você, ea antiga vida que vivemos tão carinhosamente juntos permanece intocada, imutável.
O que quer que fosse o outro, que ainda estamos.
Chame-me pelo antigo nome familiar.
Fale de mim da maneira mais fácil que você sempre usou.
Não fez diferença em seu tom.
Não usam ar forçado de solenidade ou mágoa.
Ria como sempre riu das piadas que desfrutamos juntos.
Tocar, sorrir, pensar em mim, reze por mim.
Deixe meu nome seja para sempre a palavra casa que sempre foi.
Que seja falado sem esforço, sem o fantasma de uma sombra sobre ela.
A vida significa tudo o que ela sempre significou.
É o mesmo que sempre foi.
Existe uma continuidade absoluta e inquebrável.
O que é esta morte, mas um acidente desprezível?
Por que eu deveria estar fora da mente, porque estou fora da vista?
Estou esperando por você, mas, para um intervalo, em algum lugar muito próximo, ao virar da esquina.
Tudo está bem.
Nada está ferido, nada está perdido.
Um breve momento e tudo será como era antes.
Como vamos rir do problema de separação quando nos encontrarmos novamente! ”

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Na verdade, a passagem acima é de autoria controversa.
No Brasil, é comumente conhecida como "Oração de Santo Agostinho", mas sem atribuição precisa da fonte e apenas indicando-a como do religioso católico argelino, radicado na Itália, Santo Agostinho de Hipona (354 a 430). Em pesquisas, foram encontradas duas versões .
De outro lado, há versões semelhantes atribuídas ao pároco da Catedral de St. Paul (Londres) e professor de Teologia da Univerdade de Oxford, na Inglaterra, Henry Scott Holland (acima), ao padre Giacomo Perico (Ranica, 1911 - Milão, 2000), veja aqui, e à escritora de língua inglesa Rosamunde Pilcher, em trecho do livro "Setembro" (Bertrand Brasil, 16a. edição, Tradução de Angela do Nascimento Machado, pág. 450).

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