terça-feira, 5 de março de 2013

VOCÊ PODE SER FELIZ, SIM, COM DIABETES


Quando somos diagnosticados com diabetes, somos invadidos por um sentimento de medo, ficamos sem chão.
É como se o mundo nos culpasse de alguma coisa e a pergunta é : Por que eu?
E agora?
É como tivessem carimbando o nosso passaporte colocando um limite de bagagem. Sentimentos mil se afloram na cabeça e a vida que devia ser doce passa a ser amarga, que doce ironia ou seria ironia amarga?

Quando temos alguém com diabetes em nossa família, por osmose, acabamos nos tornando diabéticos também, passamos a enxergar um mundo de restrições.

Mas, com o tratamento em andamento, vemos que podemos sim sobreviver à primeira insulina e  é com certeza mais dolorosa (a dor emocional)de todas, ainda mais quand o se  é uma  criança.
Onde as cortinas de um palco de fantasias acabam desabando em lágrimas.

Mas, sem lamentações, o importante aqui é a atitude.
Pense assim: se está um dia chuvoso, uso um guarda-chuva, capa  para me proteger, a chuva não vai me impedir de fazer o que eu tinha programado,  só que vou ter que me preparar mais, levar mais algum tempo para sair.
Assim é com a diabetes, já que estamos diante dela, não resolve ir para o bastidor e ficar se lamentando: Por que eu?
Deus não me ama!
E, sim, ir para o palco da Vida, munido da abençoada insulina, e de toda tecnologia que existe para que tenhamos qualidade de vida.

Lembre-se, se você se cuidar isto quer dizer, parar de lamentar-se e colocar mãos à obra, vai ver que não é tão difícil assim.
Eu não estou falando que é fácil, mas que é possível, sim , viver plenamente, tendo disciplina com sua saúde.
Sabendo que uma pessoa que tem todos esses cuidados pode ter muito mais qualidade de vida do que aquela que não tem diabetes, pois você está fazendo uma poupança, pense nisso.
E é a melhor de todas, pois o lucro é certo: você inteiro.

A diabetes não vai lhe impedir de realizar seus sonhos, ela não afeta sua inteligência, seu raciocínio, sua percepção.

O importante é você lidar com a diabetes como se ela fosse algo familiar, e o segredo é fazer dela sua aliada e não sua inimiga.

Haverá dias em que você vai ficar de "saco cheio", gritar...
Permita-se apenas 10 segundos, depois  respire fundo, siga em frente, pois você está aqui para se superar e, com certeza, para se organizar.
Se está alterado o nível de açúcar, pode ser por n fatores, mas não se descontrole, pois hoje temos tudo que uma pessoa docinho(é um termo usado em uma associação para crianças com diabetes), precisa e  o mais importante delas é o conhecimento, buscar saber como a diabetes funciona.

Quando você consegue equilibrar o nível de açúcar no sangue, tudo se normaliza.
E vá vivendo um dia de cada vez e viva esse dia com muita alegria.
Faça atividades físicas, musculação.
Mexa-se.


Hoje, a qualidade de vida de um diabético é cem vezes melhor que há 30 anos.
Convivi com uma amiga diabética, quando criança, ela gostava de chocolate (na época só existia da pan e kopenhagem) refrigerante nem pensar, chocolate em pó e outros doces diets, como gelatina, também não.
Ela media o nível de açúcar, apenas pela urina -era o que existia na época.
Hoje, temos os aparelhos que medem em segundos a glicos e com uma pequena gotícula de sangue, insulinas rápidas, todos tipos de alimentos, conhecimento e mais informação.

E, por favor,  não se veja como um doente, veja-se como um lindo docinho abençoado por Deus.
Você está diabético, você não é a diabetes.
A cura logo estará aí, para aqueles que se tratam bem, isto quer dizer,  para aqueles que  se cuidam.

E não se esconda da vida.
Eu sei que tem aquelas horas que você dá uma saidinha da dieta, que seja antes de fazer atividade física, não vá se punir ou castigar comendo doces fora de hora, quem se prejudica é você... 
Quer chamar a atenção?
Culpar alguém?

Vamos parar com isso, fique do seu lado 24 horas e não contra você.
Escute seu corpo, veja como reaja, e tenha muita paciência com você mesmo(a) e não se sinta culpado(a) ou diferente de ninguém, pois a qualidade de vida de um diabético depende do controle dos níveis de açúcar, das atividades, da dieta e, sem dúvida nenhuma, da Alegria de Viver.
Quem se cuida não se preocupa.
Veja-se como um vitorioso, uma vitória a cada dia, não se desespere, confie em seu tratamento e, principalmente, sempre se ame muito, muito, muito.

Na Associação Doces Amigos da cidade de Cubatão, chamam as crianças diabéticas de docinhos.
Eu achei maravilhoso a utilização deste termo, ele não deixa a criança ficar com a auto-estima para baixo.
O mais importante para um diabético é não se sentir um ser estranho, afinal, somos todos diferentes, uns gordinhos, outros magrinhos, louros, altos, baixos e outros docinhos.

Márcia Kennusar, mãe de um docinho. 

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