sábado, 14 de setembro de 2013

A melhor coisa da vida: conquistar sonhos





Chega de chororô, levanta a cabeça, estufa o peito e vai à luta.

Como diz a sábia música de Geraldo Vandré, ‘vem, vamos embora, que esperar não é saber, quem sabe faz a hora e não espera acontecer’...

Na mitologia grega, Penélope esperou por 20 anos seu marido Ulisses voltar da Guerra de Troia.


A longa viagem de retorno de Ulisses é o tema da Odisseia, de Homero, um dos principais poemas
da Grécia Antiga.

Os anos passavam e não havia notícia de Ulisses, nem se estaria vivo ou morto.

Assim, o pai de Penélope sugeriu que sua filha se casasse novamente.

Diante da insistência dele, resolveu aceitar a corte dos pretendentes, estabelecendo a condição
de que o novo casamento somente aconteceria depois que terminasse de tecer um sudário
para Laerte, pai de Ulisses.

Mas durante o dia, aos olhos de todos, ela tecia, e à noite, secretamente, desmanchava todo o trabalho.

Você, como Penélope, faz o mesmo com os próprios sonhos?
 
Por que não consegue concretizá-los?

A filósofa, professora e palestrante Lúcia Helena Galvão, de 48 anos, explica que normalmente
não se pode realizar o que verdadeiramente não se tem.

“Sonho é aquilo que pretende ser trazido à vida em algum momento, ele trabalha com a
imaginação, mas gera realidade”.

“Não oriento a deixar de comprar e sim a ter prioridades.

A proposta não é fazer do planejamento orçamentário um meio de se torturar, e sim se entender,
ver onde é possível enxugar.

Porque onde há excessos, descontroles, há falta de respeito por si mesmo, carências, problemas emocionais” (Carlos Eduardo Prado Feuser, consultor em Gestão Empresarial da FGV e
especialista em Finanças)

Já a fantasia se realiza em si mesma.


Nesse caso, a pessoa usa a imaginação como forma de substituir a sua frustração de não poder,
não querer ou não ter disposição para realizar aquilo que se pretende.

Atualmente a sociedade pratica e induz a evasão coletiva para o terreno da fantasia, tendo em vista
o padrão de felicidade altamente consumista e superficial.

“E que destruiria o planeta em apenas uma década se os 7 bilhões de habitantes tivessem acesso a todo luxo de alguns e superficial”.

Lúcia acrescenta: “Há distinção entre sonhar e realizar projetos porque o sonho justifica toda uma existência e não parte dela.

Os projetos se referem ao ter, ao fazer, e sonhar estabelece a finalidade de vida de um ser humano,
de que maneira irá tolher algumas arestas para se tornar quem quer ser.

Se o meu projeto é viajar para a Europa ou comprar um carro ou uma casa, o que me motivará depois?

Os projetos podem ser bons ou maus, mas devem se enquadrar no sonho de vida”.

Mesmo para realizar projetos, a eficiência do indivíduo está inteiramente ligada aos seus sonhos, afinal, ao analisar o que mais afasta as pessoas das suas conquistas são fatores ligados a

quem ‘você quer ou deveria ser’, talvez, para conquistar uma promoção no emprego falte organização, boa convivência, ou para comprar um carro melhor, autocontrole para economizar recursos.

“Quando faltam sonhos falta o combustível principal para se alcançar os projetos.

Cabe a você se perguntar o que na sua vida cotidiana rouba suas oportunidades”.

Lúcia destaca as áreas principais que precisam ser trabalhadas para a conquista dos sonhos:
relação com tempo, espaço e convivência com o outro e consigo mesmo.

Mas o pré-requisito para trabalhar em todas elas é saber aonde se quer chegar, pois, como o
filósofo grego Epicteto dizia, ‘as sementes de um grande homem precisam de uma imagem
para germinar e florescer’, ou seja, é preciso ter uma imagem do que se quer ser e conquistá-la por etapas.

Também é essencial desenvolver organização em todas as áreas da vida (todas!).


“Ensinaram-nos a arrumar nossas gavetas, armários, mas não disseram que podemos fazer o
mesmo com nossas emoções e pensamentos, sem isso é impossível plasmar sonhos”.

É importante desenvolver dois elementos nesse trajeto: respeito e harmonia com as leis da natureza.

A filósofa afirma que quando se está ‘afinizado com o darma’ (lei da vida) uma força poderosa potencializa todas as conquistas.

“Para saber se são bons mesmo ou meramente egoístas, basta ampliá-los.

Se todos tivessem o mesmo sonho que você, o mundo seria um lugar melhor ou pior?”.



Para o consultor de Finanças e Organizacional Saulo Gouveia, a primeira regra para quem deseja realmente se organizar é desenvolver uma virtude que os pais deveriam ter incentivado desde pequeno: a capacidade de adiar a realização de um desejo, um prazer.

Se você conseguir se ater a este quesito, ficará mais fácil planejar e ter foco para conquistar o
que quiser

Você gosta de dinheiro?

Em geral 99% das pessoas respondem sim, porém raramente a conta bancária fecha o mês no ‘azul’. Isso tem a ver com as crenças.


O consultor de Finanças e Organizacional Saulo Gouveia explica que os brasileiros de um
modo geral não são educados para lidar com as finanças e que este problema tem raiz na formação católica, que tacha o dinheiro como algo que não presta.

Judeus e norte-americanos (em sua maioria evangélicos), por exemplo, têm outro entendimento
e se dão melhor nessa área.

“O dinheiro é neutro, pode financiar pesquisas médicas, vacinas, é aliado da humanidade, mas também pode ser fonte de destruição”.

No Brasil a cultura de que ‘quem é rico roubou’ ou praticou algo ilícito é tão forte que as grandes empresas, ao divulgarem seus balanços, costumam publicar junto as ações sociais para minimizar
o impacto do efeito do ‘lucro’ na mente dos leitores, por outro lado, sem lucro tais empresas fechariam suas portas.

Para obter organização financeira, que é uma área essencial da vida, além de observar as próprias crenças, é necessário planejar-se, o que exige uma dose extra de esforço no começo até virar um hábito.

Embora a tendência da maioria seja fazer de conta que não liga, alguns até alegam ‘desprendimento material’, o caminho do sucesso passa necessariamente por aqui.

Em alguns casos mais graves, Saulo coloca o cliente ‘na UTI’, trava todo consumo, faz controle diário das finanças e encaminha para um tratamento paralelo com um psicoterapeuta.

“Todo mês tenho pelo menos dez nessa situação, alguns permanecem anos assim até que o processo vire hábito.

Desses, em média oito conseguem sucesso, outros 20% acabam recaindo outras vezes, porque a mudança é de dentro para fora”.

Apesar de as mulheres serem tachadas normalmente como ‘consumistas’, homens e mulheres enfrentam os mesmos problemas.

Que tal anotar os três passos principais para mudar de vida (de quebrado para afortunado!):
1) Evitar cartão de crédito, pagar contas no débito;
2) Regra do 15/60: 15 minutos diários para lançar todos os créditos/débitos do dia, totalizando
60 na semana;
3) Árvore do dinheiro: Raiz (orçamento anual, incluindo 13º, férias), Caule (orçamento mensal,
ritmo diário), Galhos (são os gastos propriamente: automóvel, alimentação, pessoais, lazer,
estudos, etc.); Frutos (orçamento tem que ser maior que o consumo).
Saulo pontua que ao observar os gastos por áreas e definir metas anuais é possível verificar
quais galhos estão ‘verdes’ e devem permanecer; e aqueles que estão ‘raquíticos’ e devem ser arrancados.
“Nem sempre tirar o lazer ou cortar o salão de beleza para a mulher seja realmente uma opção inteligente, a família pode ser criativa e optar por serviços e produtos mais baratos.
Também temos que ter em mente que o que traz felicidade normalmente não custa dinheiro ou custa muito pouco”.



“Como temos uma tendência à lei do menor esforço, e a vida em uma sociedade consumista
em geral é muito frustrante, preferimos gravitar em torno das fantasias e viver o personagem da telenovela, do Big Brother, dos filmes, a lutar para concretizar os próprios sonhos e projetos”
(Lúcia Helena Galvão, filósofa acropolitana e palestrante nacional) Zerando as carências

“Uma andorinha sozinha não faz verão”.


Este ditado popular para a filósofa Lúcia Helena Galvão é totalmente furado e a história
está aí para mostrar que os grandes homens contrariaram a ‘grande massa’.

O caminho é justamente este para o consultor em Gestão Empresarial da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e especialista em Finanças, Carlos Eduardo Prado Feuser, pois grande parte dos ‘excessos’ cometidos na área financeira é na ânsia de ‘se inserir socialmente’, demonstrar status e ser
alguém a partir do que se exibe publicamente, como celulares de última geração, roupas,
viagens, carros luxuosos.

“A insatisfação começa na infância, quando a criança quer coisas e os pais sempre dizem que
não têm dinheiro.
Quando essa pessoa ganha o primeiro salário está com uma carência enorme e gasta tudo com um tênis ou uma bolsa de marca sem ter consciência de que se contivesse a ânsia de comprar naquela hora poderia planejar a aquisição e investir o salário em curso que agregaria na carreira e até o projetasse na empresa”.

Para ele, a planilha de consumo não é assim tão necessária, porque, quando a pessoa está bem resolvida emocionalmente, tem boas crenças em relação ao dinheiro e possui metas/foco, não costuma gastar com besteiras.

“Dinheiro de flanelinha, esmola, chicletes e doces depois do almoço e abuso de fim de semana costumam consumir 10% do salário, atenção com eles!”.

Você e seu $

A força para colocar em prática mudanças nasce desse contanto com o ‘eu interior’ e a natureza,

está ligada à força pessoal. Recomendações de livros interessantes para reflexão:
 ‘O homem mais rico da Babilônia’;
‘Pai Rico Pai Pobre’ (também há na versão adolescente);
‘Quem mexeu no meu dinheiro’ (para os que têm dívidas);
‘Casais inteligentes enriquecem juntos’ e ‘O monge e o executivo’.

Planejamento de vida:

Consiste em fazer, de trás para frente, as definições de ‘quem sou?’, ‘onde estou?’ e ‘para onde vou?’.

Embora filosóficas, são questões muito práticas.
A partir da linha mestra, você trabalha os quatro setores da vida: espiritual/psicológico (valores e arestas); profissional/familiar (ampliar conceito para toda a humanidade); e intelectual (o que quer aprender para viver bem). A filósofa Lúcia Helena Galvão traz no vídeo ‘Planejamento de vida’
(http://www.youtube.com/watch?v=1RSEn1Bg8x8) um guia de como você mesmo
pode fazer a sua planilha, com exemplos práticos.
Também no Youtube há uma palestra completa sobre ‘Por que não realizamos nossos sonhos?’
 (http://www.youtube.com/watch?v=qPeLDb-GX90).




Antes eu era um amador

Faz dois anos que o médico Paulo Salustiano não abre mão da ajuda de uma consultoria
financeira, o que otimiza tempo, facilita a organização e o planejamento dos investimentos
e gastos.
Para quem anteriormente mal conseguia saber o que ‘entrava’ no caixa, o salto foi gigante.
Hoje ele faz planejamento anual e mensal para se manter com foco nas metas, realizar avaliações periódicas e tem controle de tudo.
“Prosperidade não é ter apenas dinheiro, é ter qualidade de vida, projeção social e equilíbrio”.
Paulo, como todo mortal, já teve problemas com cartão de crédito, juros sobre juros de financiamentos, mas eliminou um dos piores vícios: as compras a prazo.
“Se tenho dinheiro, compro, se não tenho, paciência.
Fico longe de promoções”.
Com mais tempo e clareza em relação a si mesmo e à empresa, tem conseguido desenvolver uma gestão eficiente e competente.
“O pior de tudo é achar que sabe e não se permitir mudar.
Estou adorando a nova fase da minha vida, o mais gratificante é saber que minha mudança está envolvendo todos que me cercam”.

Escrito por Rose Domingues
http://www.revistaunicaonline.com.br/
 

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