domingo, 6 de junho de 2010

Chico Xavier - 2


Chico poderia estar milionário caso tivesse ficado com os direitos autorais dos cerca de 400 livros que psicografou.
Consciente que esse dinheiro não lhe pertencia, já que ele resultava de outras inteligências, que não a dele, cedeu todos os direitos autorais (estimado em 20 milhões de dólares).

Seguia, assim, um conselho dado por sua mãe, através de comunicação espiritual, no começo de 1935:
"Seja tua mediunidade como harpa melodiosa; porém, no dia que receberes
os favores do mundo como se estivesses vendendo os seus acordes,
ela se enferrujará para sempre".


O médium não aceitava nem mesmo presentes.
Quando desejavam lhe ofertar dinheiro, ele recusava e dizia:

"Ajude o primeiro necessitado que encontrar".

Certa vez, recebeu um relógio suíço de ouro, que entregou a uma pobre mulher, muito doente, que não tinha onde ver as horas para tomar seus remédios.
Ao longo de toda a sua vida, o médium manteve uma programação intensa de assistência social.
Visitou hospitais, presídios, orfanatos, asilos, mesmo enfrentando graves problemas de saúde e muitas vezes até sentindo fortes dores no peito.
Apesar dos protestos dos seus médicos, Chico seguia no seu objetivo de ajudar, indistintamente.
Mesmo com dificuldades de locomoção, saía à rua para auxiliar, amparado por amigos.

Além das psicografias, tinha uma atividade intensa, principalmente na área assistencial.
Ia a áreas carentes e bairros da periferia da cidade, distribuir cestas de alimentos e remédios.
No Natal, reforçava as doações com brinquedos para as crianças.
Chegava a visitar cerca de mil pessoas, numa peregrinação que começava às 20 horas do dia 24 e terminava depois das quatro da manhã do dia seguinte.

Nessas ocasiões, as crianças costumavam recepcionar o grupo com
as músicas típicas da época, como Noite Feliz.

Chico Xavier cedeu todos os direitos autorais sobre os livros que psicografa, o que dá uma renda média anual de 650 mil dólares, destinados exclusivamente a cobrir as despesas com assistência social.

No caso das publicações com a assinatura de André Luiz, são muitas as casas de saúde e hospitais beneficiados, que tratam de doentes mentais, crianças carentes e idosos, os quais sempre receberam a visita constante de Chico Xavier.

O trabalho que desenvolveu no Hospital do Fogo Selvagem de Uberaba ( hoje chamado de Lar da Caridade, onde estão internados mais de 500 doentes) foi de grande importância, bem como a atividade em que se manteve envolvido na Casa Transitória, em São Paulo, que é, em parte, suprida pela fazenda Seara, no Vale da Ribeira, e onde a prioridade é o atendimento médico.

No total, são cerca de duas mil obras sociais fundadas e/ou mantidas graças ao apoio de Chico.
Só em Fortaleza, a renda obtida com a venda dos livros do médium permitiu o parto grátis de 100 mil mulheres, o que representa quase um quarto da população da Noruega.

Com o objetivo de recuperar presidiários, Chico Xavier organizou grupos de voluntários para orientar os detentos condenados a longas penas, que encontravam muitas dificuldades quando saíam da prisão.
Sempre no Dia das Mães, reunia os amigos e visitava presídios.
Cumprimentava, distribuía algum dinheiro e conversava com os detentos, nunca, entretanto, lia o Evangelho.

"Não poderia me aproveitar do fato deles estarem atrás das grades para dar sermão".
Fazia, entretanto, uma prece, ao qual só ouviam os interessados.
Em 1978, numa visita à Penitenciária de São Paulo, surpreendeu o diretor do presídio, solicitando que tivesse autorização para abraçar e beijar os presos.
O diretor, temendo que o médium fosse vítima de um atentado, recusou o pedido a princípio, mas acabou cedendo, diante da insistência de Chico, ao declarar:


"Eu não viria aqui fazer prece para depois me distanciar dos nossos irmãos.
Não está certo".


Inúmeras vezes, Chico entrou madrugada adentro psicografando, debruçado sobre uma mesa, forçando o corpo a seguir uma rígida postura, procurando esquecer as dores físicas que o acometiam.

Sofrendo de angina, mesmo assim ele mantinha os atendimentos no Centro Espírita, escrevendo mensagens que iriam consolar a muitos, mas que o obrigavam a ter que manter um lenço encharcado de álcool sob a camisa, na tentativa de amenizar as dores.

Apesar de tudo isso, não economizava esforços.
Nas sextas e sábados da década de 60, costumava chegar ao centro meia hora antes da abertura dos portões, marcada para às vinte horas, e só saía de lá depois que o sol começava a despontar, às cinco da manhã.

Durante essas quase 12 horas de trabalho seguido, ele se mostrava sempre atencioso e procurava dispensar a cada um dos presentes que o procurava algum tipo de atenção especial.
Atendia a centenas de pessoas numa só noite, sem se irritar ou mostrar impaciência. Ao contrário, sempre se emocionava com o que lhe era dito:

"A dor de tanta gente me penetra na alma toda", disse certa vez.

No dia 13 de dezembro de 1965, atendeu mais de 10 mil pessoas, distribuindo, na ocasião, roupas e alimentos.
Sua capacidade de trabalho e dedicação ao semelhante superava e muitoo ritmo normal de um ser humano.
Mesmo não se considerando autor dos livros que psicografou, Chico não se furtava da solicitação de dar autógrafos.
Certa vez, chegou a escrever mensagens em cinco mil livros da edição de Somos Seis, em tarde de autógrafos realizada no dia 26 de setembro de 1976, em Ribeirão Preto.
Ficou em pé a maior parte do tempo e chegou a dar rosas a todos que lhe pediam um autógrafo.



A campanha em favor da candidatura de Francisco Cândido Xavier ao Prêmio Nobel da Paz foi oficialmente iniciada durante exibição do programa Um Homem Chamado Amor, em 1980, pela TV Globo, ao qual Chico compareceu sem saber
que seria ele o tema da apresentação da noite.

Ao médium foi dito que o programa se destinava a prestar homenagem a Divaldo Franco, considerado o mais importante orador da Doutrina Espírita no Brasil.

Com uma camisa xadrez amarrotada sob o terno branco, o médium apareceu ao programa, emocionando a muitos.
A atriz Glória Menezes, presente nos estúdios da emissora, teve uma crise de choro ao se deparar com o médium que, para andar, precisava ser amparado por auxiliares, mas que, mesmo assim, mantinha a fisionomia serena e com um leve sorriso no rosto.

Muitos artistas participaram da homenagem a Chico.
Os atores Lima Duarte, Tony Ramos e Paulo Figueiredo leram poemas e mensagens do médium; o cantor Roberto Carlos deu o seu depoimento em favor do espírita, além de cantar diversas músicas, assim como Vanusa, Joyce e Elis Regina.



O programa desencadeou a adesão em massa do público: milhares de cartas de apoio à candidatura foram enviadas a Augusto César Vanucci, diretor da TV Globo na época e um dos principais responsáveis pela iniciativa da candidatura.

Uberabense de nascimento, Vanucci era um homem em crise quando procurou Chico Xavier pela primeira vez, e, desse dia em diante, reconhecia ter se
tornado um novo homem.
Em retribuição a essa ajuda e por acreditar que o médium de Uberaba trouxe uma grande contribuição à humanidade, ele trabalhou muito pela candidatura.

Em 1981, ajudou a formar uma Comissão Pró-Indicação de Francisco Cândido Xavier ao Prêmio Nobel da Paz, destinada a organizar o movimento, que contava, entre os seus integrantes, com o deputado Freitas Nobre, sua mulher, Marlene Rossi Severino Nobre, Divaldo Franco, além de Vanucci.

Na petição oficial da indicação da candidatura do espírita brasileiro podiam ser encontradas as assinaturas do ex-presidente Jânio Quadros, do então senador Tancredo Neves e do então presidente do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), Ulisses Guimarães.



Cerca de 10 milhões de pessoas subscreveram listas e abaixo-assinados em favor do médium brasileiro.
Apesar do apoio maciço, Chico teve concorrentes de peso, como o Papa João Paulo II e o líder sindical polonês Lech Walesa.
No entanto, o escolhido foi o Escritório do Alto Comissariado da Organização das Nações Unidas (ONU) para refugiados.

Foram cerca de cem títulos concedidos a Chico Xavier.
O primeiro foi o de cidadania de Pedro Leopoldo, sua cidade natal, em 1967.
A ele, se seguiu o de moderador ilustre de Uberaba, concedido em 1968, e vários outros.
No dia 22 de setembro de 1972, recebeu o título de Cidadão do Estado da Guanabara, na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro.

Em 1973 a Câmara Municipal de São Paulo se transfere para o ginásio do Pacaembu para realizar cerimônia de entrega, em sessão especial, do título de Cidadão Paulistano a Chico Xavier.

No mesmo ano, ele recebeu ainda os títulos de cidadão de Araras, São Caetano
do Sul, Franca, Campinas, Belo Horizonte, Araguari, Goiânia, além da Medalha de Anchieta da Câmara Municipal de São Paulo e placa de ouro da prefeitura do Guarujá.
Poderia ter ganho muitos outros títulos de cidadania, mas os problemas físicos
o impediram de comparecer às cerimônias.



A CACHORRA DE CHICO XAVIER



Chico Xavier tinha uma cachorra de nome Boneca, que sempre es perava por ele, fazendo grande festa ao avistá-lo.

Pulava em seu colo, lambia-lhe o rosto como se o beijasse.

O Chico então dizia: – Ah Boneca, estou com muitas pulgas!

Imediatamente ela começava a coçar o peito dele com o focinho.

Boneca morreu velha e doente.

Chico sentiu muito a sua partida.

Envolveu-a no mais belo xale que ganhara e enterrou-a no fundo do quintal, não sem antes derramar muitas lágrimas.

Um casal de amigos, que a tudo assistiu, na primeira visita de Chico a São Paulo, ofertou-lhe uma cachorrinha idêntica à sua saudosa Boneca.

A filhotinha, muito nova ainda, estava envolta num cobertor e os presentes a pegavam no colo, sem contudo desalinhá-la de sua manta.

A cachorrinha recebia afagos de cada um.

A conversa corria quando Chico entrou na sala e alguém colocou em seus braços a pequena cachorra.

Ela, sentindo-se no colo de Chico, começou a se agitar e a lambê-lo.

- Ah Boneca, estou cheio de pulgas! disse Chico.
A filhotinha começou então a caçar-lhe as pulgas e parte dos presentes, que conheceram a Boneca, exclamaram:

“Chico, a Boneca está aqui, é a Boneca, Chico!”

Emocionados perguntamos como isso poderia acontecer.

O Chico respondeu:
- Quando nós amamos o nosso animal e dedicamos a ele sentimentos sinceros, ao partir, os espíritos amigos o trazem de volta para que não sintamos sua falta.
É, Boneca está aqui, sim e ela está ensinando a esta filhota os hábitos que me eram agradáveis.
Nós seres humanos, estamos na natureza para auxiliar o progresso dos animais, na mesma proporção que os anjos estão para nos auxiliar.
Por isso, quem maltrata um animal é alguém que ainda não aprendeu a amar.




Começa Produção de CHICO XAVIER, O FILME

Em fevereiro, inicia em Minas Gerais pesquisa para um novo projeto do diretor Daniel Filho, coordenador da "Globo Filmes": filmar a vida do médium Chico Xavier.
“Não sou espírita, nem católico.
Sou materialista.
Estou mais para física quântica que para espiritualismo.
Mas a insistência dos espíritas para que fizesse o filme me comoveu.
É a história interessante de um homem abnegado, um tema que merece atenção”, explica.

Daniel conheceu pessoalmente o médium mineiro.
“Chico Xavier é um dos homens mais importantes do Brasil.
Vou mostrar o ser humano, o homem que tem aura, que puxa para si a responsabilidade de paz e de espiritualidade, no sentido de paternidade.
Quero manter o respeito que os brasileiros têm por esse homem humilde, que disse que só queria ir embora quando o povo estivesse feliz.
Por coincidência, morreu aos 92 anos, no dia em que o Brasil ganhou a Copa do Mundo de 2002”, observa.

Para ele, o melhor momento do cinema é a hora de filmar.
“O resto é trabalho”, diz.
Daniel compara o cinema à música, a direção à regência de orquestra.
O mais importante, na opinião dele, é a boa história.
Por isto, justifica, a escolha pela biografia do médium, baseada no livro "As Vidas de Chico Xavier", de Marcel Souto Maior.



Para Nelson Xavier, viver Chico Xavier no cinema não é só um próximo trabalho, é uma sina.
Desde que começou a carreira de ator, ele vem sendo confundido com o famoso médium por conta do mesmo sobrenome.
Nelson já se irritou com a confusão, mas hoje a vê com outros olhos:

— Ficava indignado de ser chamado de Chico e respondia grosseiramente.
Hoje, aceito com satisfação, mesmo antes de saber que faria o filme.

O convite para dar vida ao médium na telona veio há cinco anos, o tempo que Daniel Filho batalha para levar a biografia escrita por Marcel Souto Maior para os cinemas.
As filmagens devem começar em março, mas a data de estreia já está escolhida: 2 de abril de 2010.

— Parece que meu destino está envolvido com essa história.
Cansei de escutar das pessoas que, um dia, eu interpretaria Chico Xavier.
Mas a vida dele é mesmo extraordinária e merece ser contada — diz Nelson.

Contato com entidades
O ator tem se preparado para o papel visitando o Lar Frei Luís, conhecido centro espírita localizado em Jacarepaguá.
Nelson Xavier tem se impressionado com o que tem visto por lá, apesar de nunca ter sido religioso.
— Nunca me voltei para esse lado da religião.
Minha formação é de comunista e acredito que só o amor e a solidariedade podem salvar o homem.
Não se trata de uma conversão, mas não posso negar que fui tocado.
Tenho presenciado muitas coisas e tive contato com entidades.
Isso me emociona muito.

Imagens do ator Nelson Xavier, fazendo visitas nos locais ligados à vida e história de Chico Xavier em Minas Gerais.













TEXTOS E INFORMAÇÕES SOBRE O FILME

Adeus em Uberaba.docx

SITE DO FILME
www.chicoxavierofilme.com.br/site/?p=1008


Chico Xavier.docx

O CHICO XAVIER.docx










Entrevista concedida pelo jornalista Marcel Souto Maior

Entrevista concedida pelo jornalista Marcel Souto Maior, autor da biografia “As vidas de Chico Xavier”, base do filme de Daniel Filho, ao projeto "Sempre um Papo".
Ele, que é diretor do programa "Profissão Repórter", da Rede Globo, escreveu ainda outros dois livros sobre o médium mineiro: “Por trás do véu de Ísis” e “As lições de Chico Xavier”. e do recente "Chico Xavier - O livro do filme" (Editora Leya, R$ 35).

O projeto "Sempre um Papo" acontece no Sesc Vila Mariana, na região sul da capital paulista e convida personalidades para conversas informais com o público.

É organizado pelo Sesc São Paulo e Associação Cultural Sempre um Papo.

Abaixo a entrevista, dividida em dois vídeos.

Marcel Souto Maior - Sempre Um Papo - 11/08/2004 - Parte 1





Marcel Souto Maior - Parte 2 - Sempre Um Papo - 11/08/2004







VÍDEOS



Bastidores do filme Chico Xavier



Filme sobre vida do médium Chico Xavier - MARAVILHA !


Trailer Oficial do Filme Chico Xavier - 2010 / Globo Filmes


Trailer do Filme Chico Xavier - FOTOS


ESPIRITISMO - CHICO XAVIER - REPORTAGEM DO JORNAL NACIONAL


ESPIRITISMO - CHICO XAVIER - REPORTAGEM DO FANTASTICO - OS SEGREDOS DE CHICO


Chico Xavier no Programa da Hebe (Natal de 1985) Parte 1


Chico Xavier no Programa da Hebe (Natal de 1985) - Parte 2


Chico Xavier no Programa da Hebe (Natal de 1985) - Parte 3


Chico Xavier no Programa da Hebe (Natal de 1985) - Parte 4


Chico Xavier no Programa da Hebe (Natal de 1985) - Parte 5


Chico Xavier no Programa da Hebe (Natal de 1985) - Parte 6


Chico Xavier no Programa da Hebe (Natal de 1985) - Parte 7


Chico Xavier no Programa da Hebe (Natal de 1985) - Parte 8


Ultima psicografia de Chico Xavier


Especial Chico Xavier - Parte I


Especial Chico Xavier - Parte II


Especial Chico Xavier - Parte III


Chico Xavier recebe a visita do espirito da mãe dele.


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