segunda-feira, 1 de novembro de 2010

A REENCARNAÇÃO NO ANTIGO MUNDO OCIDENTAL



Embora a crença na reencarnação seja um elemento predominante nas muitas religiões orientais, ela também foi transmitida no antigo mundo ocidental.

Religiões misteriosas, transformadas posteriormente em clubes sociais secularizados ou fraternidades, sustentaram uma gama enorme de cerimônias e crenças na reencarnação.

Algumas dessas mais antigas religiões greco-romanas chegaram até mesmo a influenciar o modo de pensar de filósofos famosos como Platão.

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Não olhe para trás

A figura mitológica de Orfeu possuía um imenso talento musical.

Seus poemas e canções seduziam pessoas, animais e até mesmo árvores e outros objetos inanimados.
Mas quando sua esposa Eurídice foi morta por uma cobra, o desejo de Orfeu de trazê-la de volta dos mortos fez dele um sedutor de deus.

Ele desceu ao submundo, tocou para Hades e presenteou deus com a sua música.

Hades permitiu a Eurídice retornar à vida, mas com uma condição: quando Orfeu tirasse Eurídice do submundo, ele não poderia olhar para trás.

Assim que o casal alcançou a superfície, Orfeu não se agüentou e deu uma rápida olhada sobre os ombros para ver se sua esposa o seguia – e imediatamente ela foi arrastada para o mundo dos mortos.

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Orfismo era uma misteriosa e popular religião criada entre o sexto e o sétimo século antes de Cristo.

Seus seguidores estudaram os supostos escritos de Orfeu, uma figura musical lendária.

Eles acreditavam em uma alma que resistia à morte e poderia aparecer encarnada em uma forma humana ou em um outro mamífero.

Órficos acreditavam ainda que a alma era dividida e que era aprisionada pelo corpo.

Ao levar uma vida correta e se abster de carne, vinho e sexo, a alma poderia ir de encontro ao Elysium, um paraíso depois da morte; uma alma má, por sua vez, sofreria castigos no inferno.

Mas nem mesmo a vida depois da morte seria eterna e depois de um tempo, a alma renasceria em um novo corpo.

Somente depois de passar por três boas vidas órficas a alma encerraria o ciclo da reencarnação.

© iStockphoto.com/Romkaz

O filósofo Platão acreditava na reencarnação

O interesse órfico na morte e na vida após a morte influenciou a irmandade pitagórica, outra sociedade misteriosa com base no sul da Itália.

O filósofo e matemático Pitágoras, que está associado à irmandade, acreditava que a alma poderia encarnar em um corpo humano ou em um animal.

Essa crença o levou à adoção do vegetarianismo.

A fraternidade ensinava que a alma tinha sua origem entre as estrelas, mas foi atraída pela Terra e se juntou ao corpo humano.

Os seguidores de Pitágoras combinavam suas teorias religiosas com estudos de astronomia, música e, é claro, geometria.

O filósofo Platão também acreditava que a alma se reencarnava repetidamente.

Platão suspeitava que sete esferas planetárias e uma oitava esfera de estrelas fixas rodeavam a Terra.

A lei divina estava além da oitava esfera e era ela que colocava o universo em movimento.

As almas vinham dos planetas, desciam à Terra, uniam-se aos corpos e então tentavam se libertar e reascender às estrelas.



Sarah Dowdey.
"HowStuffWorks
Como funciona a reencarnação".

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