quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Cidadão Kane, uma obra imortal do cinema




Orson Welles tinha pouco mais 20 anos de idade e mesmo assim dirigiu, produziu e roteirizou uma das maiores obras-primas da história do cinema.

Mais do que simplesmente um filme, a obra é um marco para a evolução das técnicas cinematográficas.

Produzido em1941 nos Estados Unidos, o filme foi considerado muito à frente do seu tempo, devido à abordagem dada a manipulação da massa através do meio de comunicação em questão: o jornal.


Cartaz do Filme Cidadão Kane


Filme baseado em fatos reais, inspirado na vida do magnata da comunicação Willian Randolph Hearst, nascido e criado em berço de ouro, que foi herdeiro de um jornal que ambicionava o crescimento do seu veículo de comunicação.

É até dificil definir com clareza a grandeza desta obra prima ou falar de Cidadão Kane: é complexo assistí-lo, é difícil medir até mesmo a dimensão de sua importância para o cinema.

É ainda impossível falar do filme sem levar em conta a época que fora realizado.

Se ainda hoje a produção tem impacto e denuncia toda a sujeira por trás do sistema jornalístico mundial, imagine o apocalipse que causou na tradicionalista e cheia de regras de conduta década de 40?

Um personagem sujo, egoísta e egocêntrico no meio de tantos galãs?

Uma guerra começando e a denúncia ali, na tela?

Era muito para as pessoas.

Na época de seu lançamento, diversas pessoas chegaram a abandonar as salas de cinema revoltadas e o filme foi muito mal em diversas críticas.

O filme começa com uma cena bem curiosa: um castelo, que em breve sabemos que se chama Xanadu, com uma placa de “afaste-se” pendurada na grade e uma câmera que vai passeando por ele, como se desfilasse até uma janela.

Até aí, nada demais para quem, de alguma maneira, está familiarizado com uma certa linguagem de boa qualidade no cinema.

No entanto, tudo isto teve um significado muito maior na época.

Depois a cena de transição passa para dentro do castelo e então, por um outro recurso técnico inovador, vemos uma pessoa segurando uma bola dizendo Rosebud.

Logo depois, ele a solta, entra uma enfermeira na sala e vemos que o homem está morto.



O último suspiro do poderoso Kane, um homem obcecado pelo acúmulo do poder, e Rosebud

Tem-se início um documentário.

Através dele, descobrimos que quem acabara de morrer é ninguém mais ninguém menos que Charles Foster Kane, um dos homens mais importantes da época.

O documentário tem duração de mais ou menos 10 minutos e mostra tudo resumidamente o que será aprofundado pelas próximas duas horas em Cidadão Kane.

A partir daí, vemos quem está realizando o tal documentário e que o mesmo não está satisfeito com o resultado provisório apresentado.

Na tentativa de tornar o conteúdo mais interessante, ele coloca seus jornalistas atrás da resposta sobre uma questão que será a espinha dorsal do filme: O que diabos significaria Rosebud, a última palavra proferida pelo gigante Kane?

Pode ser que nem todos achem a história de Cidadão Kane tão interessante, mas, analisando a sua importância, o filme é grandiosamente impecável.

Um destes clássicos do cinema que deve ser assistido por todos, não importa a idade, os valores humanos, as preferências ou sei lá mais o quê.

É um filme inesquecível e estará vivo facilmente por mais alguns sessenta anos.



Cena em Cidadão Kane

O filme foi considerado, por grande parte da crítica especializada, como o maior filme da história do cinema, figurando em primeiro lugar na lista do American Film Institute (AFI).

Os especialistas elegem pelo menos cinco razões que fazem Cidadão Kane aparecer em todas as listas dos grandes filmes:

1) A revolucionária estrutura do roteiro de Welles e Mankiewicz;

2) A singular composição fotográfica em claro-escuro, que leva às últimas consequências o estilo expressionista;

3) O efeito dramático obtido com o rebaixamento dos tetos do cenário;

4) O audacioso paralelo proposto entre o personagem Charles Foster Kane e o real magnata da imprensa William Randolph Hearst;

5) A permanência do mistério que envolve a palavra Rosebud.



Noite de estreia de Cidadão Kane

Para quem gosta do que é bom, Cidadão Kane é uma obra prima do cinema, verdadeiramente imortal.

Em qualquer lista de quem conhece bons filmes ele estará, com certeza, entre os melhores

http://www.paulocannizzaro.com.br/

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