terça-feira, 27 de agosto de 2013

TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO (TOC)

 
 
Estima-se que o TOC afete até 3% da população.
O transtorno caracteriza-se pela presença de pensamentos obsessivos e comportamentos compulsivos.
 
Obsessões são pensamentos, idéias, imagens ou impulsos persistentes que são vivenciados como intrusivos, inadequados, indesejáveis e que apesar de serem reconhecidos como produto da própria mente, são incontroláveis e causam acentuada ansiedade ou sofrimento.
 
Os pensamentos obsessivos mais comuns são:
- Contaminação (ser contaminado em aperto de mãos, ao usar transportes coletivos, pegar em dinheiro etc).

- Verificação (imaginar se foram executados certos atos, tais como ter deixado uma porta destrancada, não ter desligado o gás do fogão, não ter fechado as janelas, ter machucado alguém em um acidente de trânsito etc.).

- Organização (intenso sofrimento quando os objetos estão desordenados ou dispostos de forma assimétrica, quadros tortos, móveis desalinhados etc).

- Impulsos agressivos ou horrorizantes (machucar o próprio filho ou gritar uma obscenidade na igreja).

- Imagens sexuais (alguma imagem pornográfica recorrente).


O modo como o indivíduo consegue se livrar temporariamente das obsessões e/ou da ansiedade por elas causada é por meio das compulsões - ou rituais - que são comportamentos repetitivos e estereotipados (por exemplo, lavar as mãos, ordenar, verificar) ou atos mentais (por exemplo, rezar, contar, repetir palavras em silêncio) cujo objetivo é prevenir ou reduzir a ansiedade ou sofrimento, ao invés de oferecer prazer ou gratificação.
Por definição, as compulsões ou são claramente excessivas ou não têm conexão realista com o que visam neutralizar ou evitar.


 



As compulsões mais freqüentes são:
  • Lavar compulsivo: pessoas com obsessões de contaminação e sujeira costumam lavar repetidamente as mãos, tomar banhos demorados ou gastar muito tempo na limpeza da casa.
  • Verificar ou checar compulsivo: a pessoa com dúvida obsessiva pode checar diversas vezes (às vezes mais de 100) se desligou o gás do fogão ou se trancou a porta de casa.
  • Repetição: alguns podem repetir várias vezes nomes, números ou orações; ou repetir atos diversos como calçar e descalçar, abrir e fechar, tirar e pôr.
  • Lentificação: os atos são realizados muito lentamente sem rituais identificáveis. A pessoa chega a levar horas para realizar uma ação que normalmente levaria poucos minutos.
  • Colecionismo: colecionadores podem não conseguir jogar fora objetos inúteis, tais como jornais velhos, correspondências e objetos quebrados. Algumas vezes, os colecionadores chegam ao ponto de encher armários e quartos inteiros com quinquilharias.

Para que a pessoa receba o diagnóstico de TOC as obsessões ou compulsões devem causar acentuado sofrimento, consumir mais de 1 hora por dia ou interferirem significativamente na rotina normal, funcionamento ocupacional, atividades sociais habituais ou relacionamentos do indivíduo e deverá ser realizado por profissional de saúde especializado.
O tratamento é realizado com medicação (os antidepressivos são os fármacos mais empregados) e terapia comportamental que tem como ingrediente fundamental a exposição às obsessões e a prevenção dos rituais.

Caso você tenha estes sintomas, de uma maneira freqüente, intensa e que prejudique o seu cotidiano, procure ajuda.
Quanto antes iniciar o tratamento adequado, melhor será a evolução.



 
Bibliografia
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Diagnostic and Statistical Manual of
Mental Disorders, 1st edition, 1952; 2nd edition, 1968; 3rd edition, 1980; 3rd edition-revised, 1987 e 4th edition, 1994.
BARROS NETO, T. P. Sem medo de ter medo, Casa do Psicólogo, São Paulo, 2000
GENTIl,V.; LOTUFO, F.; & BERNIK, M.A.. Pânico, Fobias e Obsessões. Edusp
SãoPaulo, 1997.
MARKS, I. M. Fears, phobias, and rituals.Oxford University Press, New York, 1987.

 

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